Um milhão de filipinos deixam as suas casas na passagem do tufão Hagupit
Ciclone chegou mais fraco do que se esperava ao arquipélago. Imprensa local fala em dois mortos.
Mesmo assim, os impactos fizeram-se notar: árvores no chão, telhados que voaram, electricidade em baixo. Cerca de um milhão de filipinos abandonou as suas casas e esperam em abrigos que a tormenta passe. A imprensa local dá conta de duas mortes.
O Hagupit foi anunciado como um super-tufão, com ventos de 287 quilómetros por hora e rajadas de até 351, mas foi perdendo força ainda no Oceano Pacífico à medida que se aproximava das Filipinas. Não foi tão forte como se previu mas fez estragos e vítimas numa altura em que os filipinos ainda recuperam da tragédia do tufão Haiyan, que fez cerca de sete mil mortos.
A tempestade, com ventos de 140 quilómetros por hora e rajadas de até 170, começou por atingir primeiro as aldeias piscatórias da província de Samar na noite de sábado, alastrando-se depois pelo arquipélago. Neste domingo, o estado de alerta mantém-se. “Muitas casas, especialmente no litoral, foram varridas pelos ventos fortes”, disse à AFP, via telefone, Stephany Uy-Tan, presidente da Câmara de Catbalogan, uma grande cidade de Samar, dando registos de árvores caídas, telhados de zinco arrancados e ainda várias inundações.
Cerca de um milhão de filipinos foi obrigado a deixar as suas casas para se refugiar em abrigos criados para o efeito em lugares mais altos e edifícios mais seguros como igrejas, escolas e estádios desportivos. A operação de preparação para o tufão foi considerada uma das evacuações mais pacíficas de sempre nas Filipinas.
A imprensa local noticia a morte de duas pessoas na zona oriental de Samar, apesar de, até ao princípio da manhã (hora de Lisboa), não ter havido uma confirmação oficial.
O repórter da BBC Jonathan Head está em Legazpi, a cerca de 200 km de Tacloban, que foi uma das cidades mais afectadas na tragédia do ano passado, escreve que a força do Hagupit foi muito menor do que a do Haiyan. Ao jornalista, as autoridades disseram estar mais bem preparadas para esta tempestade, o que se poderá fazer reflectir no escasso número de vítimas.
O balanço da passagem deste tufão só será feito quando a situação acalmar. Na manhã deste domingo, quando chuvas intensas e ventos fortes ainda se faziam sentir, não era clara a dimensão dos estragos em zonas mais remotas.