Não é novidade que a Frente Nacional (FN) de Marine Le Pen tem um “fraco” por Putin e pela forma musculada como este lidera a Rússia. É uma relação antiga, sustentada aliás em contactos que ela própria e o seu conselheiro internacional (hoje deputado europeu) têm mantido com Moscovo. E que Marine reforçou em declarações recentes, dizendo que a Frente Nacional defende “uma linha pró-russa”; ou seja, que a Rússia deve ser vista como um aliado externo preferencial da França. Mas não terá sido apenas por isto que a FN conseguiu agora na Rússia aquilo que em França e noutros países europeus lhe foi negado: um empréstimo bancário de 9 milhões de euros para financiar o seu calendário eleitoral, mesmo em vésperas do congresso da FN. É que Putin, no braço-de-ferro que mantém com a UE, terá o maior prazer em facilitar tudo o que dificulte a união europeia. Apoiar um partido de extrema-direita em ascensão é apenas um meio, entre muitos.