Passos e a detenção de Sócrates: “É tudo menos trivial”

Primeiro-ministro recusa-se a comentar o que “nesta altura” – expressão que repetiu várias vezes – pertence à Justiça.

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Encontro entre Passos e Sócrates em 2010 Miguel Manso

“Não é uma matéria que, por enquanto, diga respeito à política. É uma matéria que diz respeito à Justiça. É a Procuradoria-Geral da República que deverá dar as explicações ao país que se impõem, e ao país compete aguardar”, afirmou o primeiro-ministro aos jornalistas durante uma visita a Estarreja.

Questionado sobre o facto de a noticiada detenção de José Sócrates estar a correr mundo, Passos Coelho afirmou que o facto “é tudo menos trivial” e que é um acontecimento que “chama a atenção”.

O chefe de Governo, que sucedeu a Sócrates no cargo, repetiu depois várias vezes que, “por enquanto”, a detenção é uma matéria que “não compete à política”.

“O que é importante é que os portugueses saibam nesta altura que o país tem instituições fortes, que funcionam. O que é da Justiça à Justiça, o que é do poder executivo e do Parlamento, cabe ao poder executivo e ao Parlamento. Não é um bom serviço aquele que se possa prestar nesta altura ficando a comentar aquilo que nesta altura pertence à Justiça. (…) Não são assuntos sobre os quais devemos ter estados de alma”, acrescentou.

Ao início da tarde, na Guarda, Passos Coelho tinha afirmado, sem nunca referir o nome de José Sócrates, que “os políticos em Portugal não são todos iguais”.

"Nós só alcançamos na vida, com esforço, aquilo que sonhámos e por que nos batemos, se à primeira dificuldade, com medo de perder as eleições, de desagradar seja a quem for, começamos a hesitar, a andar para trás. Então, nesse dia, os portugueses têm razão para pensar que somos todos iguais [os políticos], e desacreditam das suas instituições e desacreditam dos partidos políticos", afirmou.

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