Quase 800 imigrantes socorridos no Mediterrâneo em 48 horas
Um barco de refugiados sírios estava à deriva há várias horas. Os cipriotas turcos deverão repatriar estes refugiados de guerra.
Numa primeira operação, foram socorridos 520 imigrantes que, em embarcações distintas, se encontravam no corredor marítimo entre a Líbia e a Sicília. Mais 93 pessoas foram resgatadas pela Guarda Costeira italiana ao largo de Trípoli, a capital líbia, e um navio mercante com bandeira de Singapura retirou do mar mais 79 pessoas na mesma zona.
O barco com refugiados sírios estava à deriva há várias horas e os refugiados – entre eles 30 crianças –, foram levados para um estádio na zona turca de Chipre. Chipre é raramente o destino dos que, fugindo de guerras, miséria e abusos partem de portos no Norte de África e tentam chegar à Europa. A AFP, citando a imprensa turca do Norte de Chipre, dizia que o grupo deveria ser enviado para o local onde começou a viagem, a Turquia, que alberga actualmente 1,6 milhões de sírios que primeiro fugiram da guerra civil e, mais tarde, também dos radicais do autodenominado Estado Islâmico.
No mês passado, a Itália encerrou a operação Mare Nostrum, uma missão no Mediterrâneo que salvou mais de cem mil imigrantes. Vinte e um países estão envolvidos na nova missão, a Tritão, supervisionada pela agência Frontex e que prevê o patrulhamento de uma área de 30 milhas náuticas da costa italiana. Sempre que há um apelo, a Guarda Costeira italiana acorre, como aconteceu agora com os imigrantes e refugiados encontrados junto à costa da Líbia.
Na semana passada, e segundo os dados que foram sendo avançados pelas autoridades marítimas italianas, foram socorridas "milhares de pessoas" – o abandono, progressivo, da Mare Nostrum não dissuadiu os imigrantes. A estimativa é que, neste ano, encerre com pelo menos 150 mil pessoas a atravessarem o Mediterrâneo em direcção à Europa. No primeiro trismestre de 2014 lançaram-se ao mar, em embarcações frágeis, 65 mil pessoas, todas elas socorridas.