Agora que a sonda File já aterrou no cometa, esperam-se as primeiras imagens

Agência Espacial Europeia acaba de confirmar a chegada da pequena sonda à superfície do cometa 67P/Churiumov-Gerasimenko.

A missão Roseta chega ao seu destino: siga em directo

Durante sete horas, a File, da ESA, esteve a descer até ao cometa. Às 16h03 desta quarta-feira, o centro de controlo espacial, em Darmstadt, recebeu a informação de que tudo estava bem com a File lá em baixo. O cometa está a cerca de 500 milhões de quilómetros da Terra, entre a órbita de Júpiter e Marte. A missão Roseta foi lançada em 2004.

“Somos os primeiros a fazer isto – e assim ficará para sempre”, regozijou-se o director-geral da ESA, Jean-Jacques Dordain. “Quando se sabe do conhecimento, da dedicação e do trabalho de equipa desta missão, percebe-se que este sucesso não cai do céu.”

A fase final para o grande momento começou ainda na noite passada, quando os cientistas confirmaram que a Roseta estava em posição para largar a File. E foi dada a luz verde para a descida da File.

A gravidade do cometa é cerca de um milhão de vezes menor do que a da Terra. Por isso, a File tinha dois arpões preparados para penetrar no solo e prendê-la.

Às 9h03 desta quarta-feira, chegou a informação enviada pela Roseta de que a File tinha se separado com sucesso da “nave-mãe” às 8h35. Passadas pouco mais do que duas horas, a File deu sinal de vida. “A sonda Roseta confirmou que está a receber sinais vindos da File”, disse Paolo Ferri, responsável da ESA.

A meio da tarde chegaram duas fotografias da sonda e, pouco depois das 16h, confirmou-se, finalmente, que a aterragem foi um sucesso. “A File está a falar connosco”, disse Stephan Ulamec, visivelmente feliz. “A primeira coisa que disse foi que os arpões foram disparados.”

Esperam-se, nas próximas horas, as primeiras imagens da paisagem do cometa tiradas pela File. Desta vez não terão sido tiradas do espaço, como a Roseta tem feito nos últimos meses, mas do próprio chão do cometa.

O 67P foi identificado em 1969, por Klim Churiumov e Svetlana Gerasimenko, no Observatório Alma-Ata, no Cazaquistão. A sua massa é de 10.000 milhões de toneladas. Nos últimos meses ficámos a conhecer a sua forma invulgar: é um corpo composto por dois bocados, a fazer lembrar um pato. A File está sentada no topo da “cabeça” deste “pato”, num lugar que foi chamado Agilkia, o nome de uma pequena ilha no rio Nilo, no Egipto.

Nos próximos meses, se tudo correr bem, a sonda irá analisar a composição do solo do cometa e outras propriedades física do 67P. O material dentro do cometa é o resto do início do sistema solar. Deste modo, poderá compreender-se a relação entre a água e as moléculas orgânicas presentes no 67P e o que existe na Terra, já que no início do sistema solar o nosso planeta foi bombardeado por inúmeros cometas.

Notícia actualizada às 17h37.

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