António Arnaut admite em livro saída de Portugal do euro e da União Europeia

Fundador do PS e do SNS defende a criação de um "movimento de reabilitação nacional e das instituições democráticas".

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Adriano Miranda

Num texto intitulado "Romper o cerco", este fundador do PS e do Serviço Nacional de Saúde (SNS) defende a necessidade de um "movimento de reabilitação nacional e das instituições democráticas", que venha a "concitar o apoio dos países lusófonos, revitalizando a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)".

"Este movimento deveria encarar, para se impor aos nossos parceiros dominantes, a hipótese de sairmos do euro ou da União [Europeia], de forma programada, preferencialmente com outros países vítimas da mesma agiotagem", a fim de "barrar a tentação hegemónica da Alemanha", acrescenta António Arnaut, ao analisar "a dívida que devora alguns países" da União Europeia.

No mesmo texto, afirma que o Tratado Orçamental "impõe aos governos" dos países europeus "a redução da dívida para 60% do Produto Interno Bruto (PIB), justamente para, dessa forma, destruir por asfixia o Estado Social e mercantilizar a saúde, o ensino, as aposentações e as reformas".

Com a publicação da obra Cavalos de vento, que inclui textos de intervenção cívica, contos, ensaio e poesia, António Arnaut, nascido em 1936, em Penela, pretende assinalar os 60 anos da sua estreia literária e os 35 anos do SNS, do qual foi o principal impulsionador.

O livro não será comercializado, "destinando-se exclusivamente a ofertas" aos leitores e amigos do autor. A apresentação realiza-se na sexta-feira, às 17h30, na sala de conferências da Coimbra Editora, perto do Arco de Almedina, em Coimbra.