Taxa de desemprego recua de 13,9% para 13,1% no terceiro trimestre de 2014
Desemprego está a descer desde o segundo trimestre de 2013, mas ainda afecta quase 690 mil pessoas.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados nesta quarta-feira, é preciso recuar ao terceiro trimestre de 2011 para encontrar uma taxa de desemprego mais baixa. Depois de ter atingido níveis recorde no primeiro trimestre de 2013 (17,5%), o mercado de trabalho começou a recuperar logo no trimestre seguinte, atingindo agora o nível mais baixo desde então.
Portugal terminou o terceiro trimestre com menos 40 mil pessoas desempregadas face ao trimestre anterior e com menos 131 mil em comparação com o mesmo período de 2013.
O recuo homólogo do desemprego ocorreu principalmente entre os homens, com idade entre os 25 e os 34 anos, com o ensino básico e provenientes da indústria, construção, energia e água.
A população empregada aumentou em 50,5 mil pessoas em relação ao trimestre anterior o que, segundo o INE, “corresponde a uma desaceleração face ao observado” nos meses entre Abril e Junho.
Se olharmos para a evolução homóloga, o emprego está a aumentar desde o quarto trimestre de 2013, interrompendo um longo período de recuos sucessivos e atingindo agora o crescimento mais expressivo.
Na comparação com o trimestre homólogo de 2013, a população empregada aumentou 95,7 mil pessoas. Este aumento ocorreu sobretudo nos trabalhadores entre os 45 e os 64 anos, com o ensino superior e secundário, que encontram trabalho no sector dos serviços e a tempo completo.
Apesar da evolução favorável, a população empregada continua abaixo dos cinco milhões, uma realidade que começou a verificar-se a partir do segundo trimestre de 2009 e que persiste.
Além disso, o crescimento do emprego continua a não ser suficiente para absorver os 131 mil desempregados que deixaram de figurar enquanto tal nas estatísticas. Uns terão voltado a ingressar no mercado de trabalho, outros podem ter passado à inactividade e há ainda os que poderão ter saído do país.
No final de Setembro, o INE dá conta de uma queda da população inactiva, mas numa análise mais fina há um aumento significativo dos inactivos à procura de emprego, mas que não estavam disponíveis para trabalhar, e dos inactivos que querem trabalhar mas não procuraram emprego nas semanas que antecederam o inquérito.
Os inactivos não disponíveis eram quase 30 mil, mais 21,8% do que no ano passado e mais 4,2% do que no trimestre anterior. Já os inactivos disponíveis eram mais de 302 mil, um pouco menos (-0,7%) do que em 2013, mas mais 17,8% do que no final de Junho.
Se aos 688,9 mil desempregados, somarmos os inactivos disponíveis e não disponíveis e ainda os 232,1 mil trabalhadores que trabalham menos horas do que estariam dispostos (subemprego de trabalhadores a tempo parcial), então o número total de pessoas arredadas do mercado de trabalho é bem maior do que indica a taxa de desemprego e ultrapassa 1 milhão e 200 mil.
66% no desemprego há mais de um ano
Apesar das melhorias e embora o INE dê conta de uma redução do número de pessoas que diz estar sem trabalho há mais de um ano, o peso dos desempregados nesta situação no total continua a ser preocupante.
No final do terceiro trimestre, havia 460,9 mil desempregados de longa duração, o que representa 66,9% do total. Trata-se da segunda percentagem mais elevada desde que há registos.
Desemprego jovem recua
O desemprego jovem continua acima dos 30%, mas recuou em comparação com o trimestre anterior e com o ano passado. Neste momento 32,2% dos jovens entre os 15 e os 24 anos estão sem trabalho.
Apesar de a taxa de desemprego nesta faixa etária ter recuado, o número de jovens à procura de emprego mantém-se nos 129 mil. Isto deve-se ao facto de a população activa entre os 15 e os 24 anos ter registado um aumento expressivo do segundo para o terceiro trimestre, o que acabou por influenciar a taxa de desemprego dos jovens (que é medida pela proporção de jovens desempregados no total da população activa neste escalão etário).