Governo recebe sindicatos da TAP num último esforço para travar a greve

Privatização e Orçamento do Estado também vão ser discutidos na reunião agendada para esta quarta-feira.

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Reino Unido é o principal destino dos portugueses que estão a sair do pais. Miguel Manso

O encontro com Sérgio Monteiro foi agendado depois de a plataforma que junta os principais sindicatos da TAP ter solicitado, na semana passada, uma reunião com o Ministério da Economia. O principal ponto da agenda será a paralisação de quatro dias convocada pelos tripulantes, que apesar de ainda não ter começado já está a causar transtornos.

A greve, que o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil convocou para exigir à companhia o cumprimento do acordo de empresa, começa já amanhã, estendendo-se ainda por 1 e 30 de Novembro e ainda 2 de Dezembro. Só para os dois primeiros dias, havia 55 mil reservas marcadas, mas até terça-feira 25 mil passageiros já tinham alterado os voos. A TAP garantiu ao PÚBLICO que houve poucas desistências. 

É natural que o número de clientes afectados continue a descer até amanhã, visto que a empresa está a reprogramar a operação para minimizar os efeitos da paralisação. Além disso, uma parte dos voos será sempre realizada, já que a greve não afectará a PGA, companhia regional detida pela TAP que é responsável por 22% da operação, e tendo em conta que foram definidos serviços mínimos que asseguram parte das ligações às ilhas e a três destinos internacionais. Falta ainda saber quantos passageiros têm viagem marcada nos últimos dois dias desta greve.

Na terça-feira, a companhia afirmou, em comunicado, que a paralisação vai provocar uma “significativa perturbação na operação”. O sindicato emitiu também uma nota em que referia “a administração da TAP não se demonstrou disponível até ao momento para dialogar”, acrescentando que espera “uma adesão de mais de 90%” dos trabalhadores.

Além do esforço para suspender a greve, é inevitável que a privatização da TAP seja abordada na reunião desta quarta-feira. O Governo continua sem decidir que rumo dar a este dossier, depois de a primeira tentativa ter fracassado em 2012. Haverá já consenso dentro do Governo sobre um modelo que pressupõe a venda de dois terços do capital, mas o executivo pode simplesmente recuar na intenção de privatizar a companhia, apesar de existir uma boa base de investidores.

Este tema liga-se ao do OE para 2015, visto que o facto de a TAP continuar no Estado obriga-a a sujeitar-se às regras das empresas públicas, ao nível dos salários e das contratações, por exemplo. A transportadora foi conseguindo regimes de adaptação, mas os trabalhadores reivindicam uma separação de águas, argumentando que a companhia não depende do OE e está em concorrência. 

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