Líderes europeus chegam a acordo sobre combate às alterações climáticas

Fumo branco surgiu durante a madrugada. UE aceita reduzir emissões em 40% até 2030.

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Rompuy anunciou o acordo no Twitter Thierry Charlier/AFP

Rompuy revelou ainda que se chegou a consenso em relação a outras duas metas: subir a fasquia das renováveis para 27% da energia consumida (objectivo vinculativo à escala europeia, mas não em cada país) e melhorar a eficiência energética em 27% (um objectivo indicativo e cuja meta inicial era de 30%).

Chegar a um entendimento foi complicado, como fica evidente pelo facto de o acordo ter sido anunciado já depois da meia-noite, após oito horas de discussões duras em Bruxelas.

"É um acordo ambicioso para o planeta. A Europa dá o exemplo", congratulou-se o Presidente francês, François Hollande, que à chegada à cimeira tinha deixado uma questão: "Se não houver um acordo em Bruxelas entre os países que estão mais na frente nesta matéria, como iremos convencer os chineses, os norte-americanos ou os países mais pobres?". Paris acolhe em Dezembro do próximo ano a cimeira na qual as Nações Unidas esperam alcançar um novo acordo climático, depois da tentativa falhada de 2009 em Copenhaga.

“São boas notícias para o clima, a saúde dos cidadãos, as conversações internacionais Paris 2015, empregos sustentáveis, segurança energética e competitividade”, escreveu, por sua vez, Rompuy no Twitter, sublinhando que o objectivo de todo esforço "é, um última análise, a sobrevivência".

A União Europeia, responsável por cerca de um décimo das emissões de gases com efeito de estufa, tem feito mais do que os seus congéneres para reduzir a sua pegada. Cumpriu já a meta que previa uma redução de 20% das emissões até 2020, mas os ambientalistas temem que as cedências feitas em nome do consenso a desviem de objectivos mais ambiciosos – os especialistas europeus sublinham que é necessário reduzir as emissões em pelo menos 80% até 2050 (em relação aos níveis de 1990) para que a temperatura média na Terra não suba mais do que 2ºCelsius.

Os 28 Estados-membros passaram todo o dia de quinta-feira a debater o acordo, com os vários países a defender cedências nas áreas que lhes são mais caras. O Reino Unido não queria metas para a eficiência energética, a Alemanha estava preocupada com a competitividade europeia, a Polónia temia o impacto sobre a sua indústria do carvão, os países mais pobres do Leste exigiam um tratamento diferenciado. 

Portugal entrou para a cimeira ameaçando vetar o pacote, caso não fosse aprovada uma meta para interligações na rede eléctrica que permitam ao país exportar electricidade renovável para o resto da Europa. "Se queremos um mercado interno de energia, esse mercado não pode terminar nos Pirenéus", disse o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, em Bruxelas, citado pela agência Lusa.

E, segundo a Reuters, Portugal e Espanha conseguiram esse objectivo de garantir a exportação de energia para o Norte da Europa. A Lusa acrescenta que foi estabelecida uma meta de 15% para as interconexões, com vista à criação de um verdadeiro mercado de energia na UE, objectivo que era defendido por Portugal, representado no Conselho Europeu pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

"Pusemos em pé um quadro decisivo para dar à Europa uma voz nas negociações internacionais sobre o clima", afirmou no final da chanceler alemã, Angela Merkel, enquanto o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, desafiou as "outras grandes economias a juntarem-se à UE na definição de compromissos ambiciosos" na cimeira climática de Paris. 
 
 
 
 
 

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