PCP, BE e PEV dizem que Orçamento castiga famílias e beneficia grandes empresas

Membros do Governo estão a receber partidos para apresentar linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado.

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Enric Vives-Rubio

Os deputados estão a ser informados das linhas gerais da proposta de OE em audiências com a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e dois secretários de Estado, o ministro da Presidência, Marques Guedes, e a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares, Teresa Morais. A proposta de OE só é entregue no Parlamento esta quarta-feira.

À saída da reunião, João Oliveira, líder da bancada do PCP, disse ter confirmado as perspectivas negativas.

“O saque fiscal mantém-se e com uma redução de 23 para 21% no IRC percebemos que não há uma política igual para todos, há um agravamento para os trabalhadores para beneficiar os grandes grupos económicos”, afirmou o deputado comunista.

Quanto à revisão em alta da meta do défice (para 2,7%) já confirmada pelo primeiro-ministro, João Oliveira lembrou que 2015 é “um ano eleitoral” e criticou a “obsessão” do Governo pelo défice.

O líder parlamentar do BE também partilha da ideia de haver uma “inversão da política de Robin dos Bosques”, já que nas famílias se mantém a carga fiscal e as empresas têm um novo brinde com a descida do IRC. Quanto à solução da sobretaxa, Pedro Filipe Soares diz que se trata de um “engodo”. Só há reembolso em 2016 “se tudo correr bem, se o sol brilhar todos os dias”. 

Também a deputada Heloísa Apolónia, do PEV, defendeu que o Orçamento para o ano que vem mantém a "enormíssima carga fiscal", estando a opção do Governo de baixar o IRC ao serviço dos "interesses dos grandes grupos económicos".

"O Orçamento do Estado para 2015 será um Orçamento do Estado da continuidade da brutal austeridade. A enormíssima carga fiscal e os cortes salariais continuam e o Governo não dá mostras de um alívio relativamente ao peso sobre os orçamentos familiares", afirmou Heloísa Apolónia. A deputada frisou que "o Governo não pondera um alívio da carga fiscal sobre os contribuintes, nomeadamente sobre o rendimento do trabalho", o que seria "importante para a dinamização da economia."

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