O social-democrata Duarte Marques, que acompanha o dossier da educação, exigiu que Casanova de Almeida viesse a público dar a cara pelos “erros” cometidos. "É lamentável o que aconteceu com o concurso de professores e mais lamentável que o secretário de Estado da Administração Escolar não venha a terreiro pedir desculpa, explicar o sucedido e tranquilizar os professores, até porque há muitos que já alugaram casas e que já começaram a organizar as suas vidas e agora não sabem o que lhes vai acontecer", disse Duarte Marques, no passado fim-de-semana, citado pela Lusa.

As declarações não caíram bem no CDS, até porque se aperceberam de que houve pressões no Governo para demitir o secretário de Estado, mas isso acabou por não acontecer.

As críticas aconteceram depois de já se ter demitido um director-geral do Ministério da Educação e dias antes de o ministro Nuno Crato ir ao Parlamento – acompanhado pelo secretário de Estado – dar explicações sobre o assunto.

As bancadas da maioria estavam visivelmente incomodadas com a situação gerada pelos erros na colocação de professores e até com o recuo do ministro nas declarações que fez sobre o concurso de professores, mas consideram neste momento que o caso está a ser ultrapassado.

Depois de terem de defender o ministro perante um caso que não era fácil, os deputados do CDS já estão a desvalorizar a polémica gerada pelo erro no concurso de professores e lembram que o problema está agora circunscrito num universo de docentes muito pequeno.

O PÚBLICO contactou Duarte Marques, mas o deputado não quis fazer declarações para não alimentar mais a polémica entre PSD e CDS. Mas o social-democrata tem lembrado até a colegas do CDS que já tem criticado membros do Governo que são do PSD e também que já defendeu Paulo Portas noutras ocasiões. O deputado considera que não podia ter deixado de pedir responsabilidades a um membro do Governo só porque é do CDS e que isso não põe em causa a sua solidariedade para com a coligação.