Na quarta-feira, o grande partido da coligação Unidos Pelo Brasil, de que Marina Silva foi a candidata, o Partido Socialista Brasileiro, deu o sei apoio a Neves. O objectivo, explicou o deputado Beto Albuquerque (que foi o número dois da candidatura de Marina) é impedir a reeleição de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores.

Marina Silva já recebera luz verde para apoiar Neves da parte dos membros da coligação, o Partido Popular Socialista, o Partido Social-Cristão e o Partido Os Verdes. O próprio partido de Marina, a Rede Sustentabilidade (ecologista), colocou-a à vontade para apelar ao voto no social-democrata.

Marina Silva, porém, hesita. Segundo o jornal Folha de São Paulo, a antiga senadora deveria ter-se reunido esta quinta-feira com os partidos da coligação em Brasília, mas decidiu cancelar a deslocação. Na quarta-feira, continua a Folha, Marina Silva reuniu com o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. A conversa, segundo apurou este jornal, durou vinte minutos e o tucano (o símbolo do Partido da Social Democracia) disponibilizou-se para ser o intermediário entre Marina e Aécio. A ex-candidata quer que o candidato à presidência faça compromissos à esquerda antes de decidir se lhe dá o seu apoio, nomeadamente nas questões relacionadas com os índios e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

A sondagem publicada nesta quinta-feira pela revista Época revela que, se a segunda volta das eleições fosse agora (são a 26 de Outubro), Aécio vencia Rousseff por 54% contra 46%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. Está quinta-feira, até ao fim do dia, vão ser conhecidas mais duas sondagens, do instituto Ibope e do Datafolha.