Hong Kong regressa lentamente à normalidade

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Ainda há algumas ruas cortadas ao trânsito Carlos Barria/Reuters

A antiga colónia britânica que passou para a tutela de Pequim em 1997 voltou nesta segunda-feira a funcionar como uma verdadeira megapolis, com o regresso ao trabalho de milhares de pessoas que estavam sem conseguir aceder a várias zonas centrais de Hong Kong, com a reabertura de dezenas de escolas e com fim do bloqueio à sede do governo, onde cerca de três mil funcionários puderam retomar as suas funções.

Ainda havia algumas ruas cortadas ao trânsito, o que provocou engarrafamentos maiores do que é costume e uma enchente anormal nas linhas de metro.

Os líderes estudantis, pontas-de-lança do movimento pró-democracia, garantiram que a mobilização vai continuar até que o governo aceite as condições dos estudantes para iniciar um diálogo. “Estamos a concentrar toda a nossa energia nas negociações, para que os estudantes estejam em pé de igualdade com o governo”, disse Alex Chow, o secretário-geral da Federação de Estudantes, citado pela AFP.

O movimento – que rejeita que seja Pequim a definir previamente os candidatos à liderança de Hong Kong nas eleições de 2017, que serão por sufrágio universal – beneficiou de um enorme apoio da opinião pública, mas depois de oito dias de paralisia da cidade, o descontentamento da população aumentou, em particular entre os comerciantes que pagam das rendas mais caras do mundo e que não estavam a conseguir abrir as portas ao público.

No domingo, professores universitários e outras figuras da sociedade de Hong Kong tinham apelado aos estudantes para deixarem as ruas por temerem uma acção policial para os dispersar, e muitos fizeram-no por considerarem que era tempo de uma “retirada estratégica”.

“Mesmo aqueles que apoiam o movimento não querem perder dinheiro”, sublinhou o analista político Willy Lam. “Penso que é sábio reduzir a ocupação das ruas, porque será muito difícil convencer a opinião pública de que a manutenção do bloqueio permitirá obter resultados.”

“Se as discussões entre manifestantes e o governo se revelarem totalmente estéreis” e se o Presidente chinês, Xi Jinping, recusar “fazer concessões, então será sempre possível reactivar o movimento de protesto”, diz Willy Lam.

 

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