PSD diz que hasta pública deserta é "um preocupante revés" para António Costa
António Prôa defende uma "reflexão sobre a oportunidade" de alienar o terreno do quartel dos bombeiros, em Benfica.
Eram cinco os terrenos que o município pretendia alienar com esta hasta pública, com a qual esperava arrecadar 28,7 milhões de euros. Entre eles estava o lote ocupado pelo quartel dos bombeiros municipais contíguo ao Hospital da Luz, que tinha sido posto à venda com uma base de licitação de 15.580.000 euros.
Os terrenos a alienar incluíam um outro na Avenida de Berlim, freguesia do Parque das Nações, com o valor base de 4,5 milhões de euros e outro na Rua Gregório Lopes, na Ajuda, avaliado em 3,6 milhões. As outras duas parcelas à venda estão localizadas na Avenida de Berlim (3,2 milhões) e na Rua Virgílio Correia, em São Domingos de Benfica (1,7 milhões).
Como o PÚBLICO noticiou, não foi apresentada, no âmbito da hasta pública que teve lugar esta quinta-feira, uma única proposta para a aquisição destes terrenos para construção. “Infelizmente as hastas relativas aos cinco lotes de terrenos não obtiveram propostas. Vamos avaliar de forma cuidadosa a situação, tendo em vista assegurar a concretização do plano de alienações e a protecção integral dos interesses patrimoniais da Câmara Municipal de Lisboa”, reagiu o vereador das Finanças, Fernando Medina.
Numa declaração enviada ao PÚBLICO esta sexta-feira, o vereador António Prôa, do PSD, considera que o facto de a hasta pública ter ficado deserta “constitui um grave e preocupante revés para a actual gestão do município”.
“O Dr. António Costa tem sustentado a arrecadação de receitas na alienação de património que, ano após ano, se tem verificado que tem ficado sistematicamente muitíssimo aquém das estimativas”, diz o autarca. António Prôa acrescenta que essas “previsões irrealistas” têm servido para a actual maioria “apresentar orçamentos acima das possibilidades da câmara”, o que “tem contribuído para degradar a situação financeira do município”.
O vereador do PSD apela ainda a uma “reforma da estrutura da despesa” e defende que a ausência de interessados nesta hasta pública “deve promover a reflexão sobre a oportunidade de alienar o terreno onde se encontra um quartel de bombeiros na Luz”.