Activistas permanecem nas ilhas Selvagens juntamente com a marinha portuguesa
Navio da Marinha chegou na terça-feira à noite às ilhas. Protesto visa contestar prospecções petrolíferas para ali previstas.
De acordo com as informações prestadas à agência Lusa, os dois activistas mantêm-se "em terra", aguardando por uma decisão por parte da Marinha portuguesa, que, na terça-feira, enviou um navio patrulha para aquelas ilhas, que chegou lá pelas 23h.
A mesma fonte informou que a Marinha "ainda aproveitou" para inspeccionar um barco de pesca que se encontrava no local, mas mais nada foi adiantado relativamente ao que se irá passar com os dois activistas.
A Lusa falou com o capitão do Porto do Funchal, que indicou o porta-voz da Marinha Portuguesa para qualquer informação relativa a este caso, mas o contacto com aquele responsável ainda não foi possível.
Um grupo de militantes da Alternativa Nacionalista Canária (ANC) "desembarcou" na segunda-feira nas Ilhas Selvagens, protagonizando um protesto simbólico de contestação às prospecções petrolíferas previstas para a zona e de reivindicação de soberania sobre aquele arquipélago português, que fica mais próximo das Canárias do que da Madeira.
O porta-voz da ANC explicou ontem à Lusa que a acção não pretende "abrir qualquer conflito com Portugal" — que tem a soberania sobre as Selvagens —, mas antes "sensibilizar os portugueses para o problema das prospecções petrolíferas".
Pedro Gonzalez reiterou que a ANC defende a independência do arquipélago das Canárias e que, nesse cenário, "se teria que conversar com Portugal", sugerindo que deve ser aplicada "a lei do mar e traçada uma linha mediana com a Madeira, o que colocaria as Selvagens em águas das Canárias", à semelhança do que acontece com Marrocos.
As Ilhas Selvagens estão mais próximas do arquipélago das Canárias do que do da Madeira (165 quilómetros a norte das Canárias e a 250 quilómetros a sul da cidade do Funchal) e este território tem estado no centro de algumas polémicas.
Vários presidentes da República já se deslocaram a este sub-arquipélago da Madeira, em acções simbólicas de demonstração da soberania portuguesa sobre este território, tendo a última sido efectuada em 2013 por Cavaco Silva, que até ali pernoitou.