Preço dos alimentos atinge valor mais baixo dos últimos quatro anos

Índice da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura desceu em Agosto. Só a carne aumentou preços.

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Produção de cereais deverá atingir recorde em 2014 Paulo Whitake/Reuters

Em termos globais, o índice alcançou uma média de 196,6 pontos, menos 3,6% em comparação com Julho. As maiores quebras são nos lacticínios: menos 11,2% face ao mês anterior e 18,9% em relação a Agosto de 2013. Os resultados reflectem não só o embargo da Rússia aos lacticínios, mas também uma descida das importações de leite em pó integral para a China, o maior comprador mundial deste produto.

O aumento da produção de cereais contribuiu para uma queda de preços em Agosto (-11,7% face a 2013) e espera-se que a tendência se mantenha. Este será mais um ano recorde para a produção de trigo e, no caso do milho, as condições de cultivo têm sido “quase ideais nas principais zonas produtoras, juntamente com reservas abundantes”. No seu relatório mensal sobre a oferta e procura de cereais, a FAO reviu em alta as estimativas de produção para 2500 milhões de toneladas, 0,5% acima do recorde alcançado o ano passado.

Este valor exclui o arroz, que contrariou a tendência e subiu os preços em Agosto. “A oferta de arroz parece ser ampla em todo o mundo, mas a produção está muito concentrada num pequeno número de países e, muitas vezes, em propriedades dos governos. Isto significa que estes países podem influenciar muito os preços mundiais e decidir se permitem que a oferta chegue ou não ao mercado", diz Concepción Calpe, economista da FAO. Neste momento, a Tailândia está a “limitar as vendas de enormes volumes de arroz que estão nos seus armazéns públicos”, acrescenta.

Quanto aos preços do açúcar caíram face a Julho, mas registaram uma subida de 1% face ao ano passado. Já a carne também foi a excepção à regra: registou ma média de 207,3 pontos, mais 1,2% do que em Julho e uns expressivos 14% acima de 2013.


 


 

 

 

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