Royal Bank of Scotland mudará sede para Inglaterra se Escócia se tornar independente

Decisão justificada pelas incertezas "fiscais, monetárias, legais, de regulação e notação".

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Banco quer prevenir "incertezas" Reuters

O gigante bancário britânico está estabelecido na Escócia há quase 300 anos, desde 1727, e tem a sede social em Edimburgo. É um símbolo da Escócia.

“Numerosas incertezas rodeiam o referendo escocês, que poderá ter consequências fiscais, monetárias, legais, de regulação e notação do banco”, justifica o RBS, num comunicado. “Por esse motivo, o RBS preparou um plano para fazer face às possíveis consequências para o meio empresarial de um voto ‘sim’.”

Nesse cenário, o Royal Bank of Scotland considera que “será necessário redomiciliar a sua sede social e o seu principal ramo operacional em Inglaterra”.

O banco garante que a eventual mudança não terá “qualquer impacto nos clientes de todas as ilhas britânicas”, sejam eles da Escócia, Inglaterra, País de Gales ou Irlanda do Norte. Mas entende que seria “o método mais eficaz para clarificar a situação face aos accionistas e para reduzir riscos”.

Na quarta-feira, outro grande grupo bancário britânico, o Lloyds, detido a 25% pelo Estado britânico, anunciou que poderá “estabelecer novas entidades legais em Inglaterra”, se a Escócia se tornar independente. A acção poderia ter apenas o objectivo de continuar a beneficiar da protecção do banco de Inglaterra, admite a BBC. A sede do banco é em Londres.

O Clydesdale Bank, que pertence ao National Australia Bank, informou também que em caso de vitória do “sim” se registaria como entidade inglesa. Outro exemplo da forma como as instituições financeiras estão a encarar uma possível saída da Escócia do Reino Unido: a gestora de fundos de pensões Standard Life avisou que pode transferir parte das suas operações para Inglaterra.

Uma sondagem publicada no domingo pelo jornal Sunday Times deixou Londres - Governo e oposição - em estado de choque. O estudo, do YouGov, admitiu pela primeira a vitória dos independentistas com uma vantagem do “sim”  de 51% contra 49%. Uma nova sondagem do Instituto Survation, divulgada na terça-feira, indica, ao contrário, que 53% dos eleitores planeiam votar contra a independência no referendo de dia 18, contra 47% que optariam pelo “sim” - diferença idêntica à de há dois meses.

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