"Queremos que a praça seja devolvida à cidade de Viana pelo que comunicamos que temos neste momento em mãos uma proposta de um consórcio Luso-Francês que pretende investir 100 mil euros na compra e recuperação da nossa praça, para a transformar num espaço multiusos, criando emprego, riqueza e dinamismo na nossa cidade. Esta proposta será brevemente apresentada em sede de Assembleia Municipal", refere um comunicado do grupo de aficionados.

A Lusa procurou obter um comentário do presidente da Câmara Municipal, José Maria Costa, o que ainda não foi possível.

A Praça de Touros de Viana do Castelo, construída em 1948, foi comprada em 2009 pela Câmara Municipal pelo valor simbólico de 5127 euros e previa a instalação naquele espaço, a demolir parcialmente, de um centro de Ciência Viva.

Desde então outros cenários foram equacionados para aquele espaço, que permanece encerrado e em avançado estado de degradação.

Para o movimento pró-touradas, este "abandono" representa uma "manifestação de desrespeito pelo património e história desta cidade" e questionam: "Será que José Maria Costa recusará esta proposta vantajosa para os cofres do município e para a cidade? Serão os ódios pessoais mais importantes do que o interesse público de Viana?".

Composta por 4900 lugares e 18 camarotes, teve uma intensa actividade inicial mas, nos últimos anos, ficou reduzida a apenas um espectáculo anual, por altura da Romaria da Senhora d'Agonia, o que aconteceu pela última vez em agosto de 2008.

Em Novembro de 2008, o então presidente da Câmara de Viana do Castelo, Defensor Moura, anunciou a intenção de comprar a Praça de Touros a um grupo privado.

A aquisição seria concretizada três meses depois e previa a instalação naquele espaço, a demolir parcialmente, de um centro de Ciência Viva.

Contudo, esta ideia seria abandonada meses mais tarde, já com o também socialista José Maria Costa na liderança da autarquia.

Antes, a 27 de Fevereiro de 2009, o executivo camarário aprovou uma deliberação em que deixava de permitir a realização de touradas no concelho, o que transformou Viana do Castelo no primeiro município "anti-touradas".

Já em 2010, José Maria Costa admitiu a possibilidade de instalar na Praça de Touros o futuro Centro de Mar, mas, "após estudos aprofundados", a hipótese também não vingou e esse investimento será realizado no antigo navio-hospital Gil-Eanes.

Em 2012, o município chegou a anunciar que o espaço poderia ser convertido, através de um investimento privado, num espaço de restauração e actividades náuticas.

Além de espaços de restauração, o edifício poderia vir a receber, pela iniciativa de investidores privados, serviços de apoio à náutica de recreio, por se encontrar a poucos metros do rio Lima.

Contudo, o projecto não avançou e o impasse mantém-se, apesar da autarquia admitir que "todos os cenários" estão "em aberto" sobre a futura utilização do espaço.