Portugal foi dos países onde o desemprego mais caiu, segundo a OCDE
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico reconhece que a recuperação do mercado de trabalho ainda é frágil.
A Irlanda apresenta uma redução semelhante à portuguesa, refere o Employment Outlook da OCDE, divulgado esta quarta-feira, segindo-se a Espanha, onde a taxa de desemprego caiu 1,2 pontos percentuais, e a Grécia, outro país que teve intervenção dos credores internacionais, onde o indicador recuou 1,1 pontos percentuais.
Na sua última análise ao mercado de emprego, referente ao segundo trimestre, o Instituto Nacional de Estatística apontava para uma taxa de desemprego de 13,9 em Portugal.
Mas nem tudo são boas notícias para Portugal. O país registou o maior aumento no indicador de desemprego estrutural, entre 2008 e 2013, num registo próximo dos 3,5 pontos percentuais, sendo suplantado apenas pela Espanha e pela Grécia. Este indicador determina que parte dos desempregados poderão arranjar rapidamente trabalho num contexto de crescimento económico e que parte não o irá conseguir.
Numa análise mais global à situação do emprego nos países que a intregram, a OCDE reconhece que são evidentes melhorias, mas adianta "a taxa de desemprego mantém-se bem acima dos níveis pré-crise em vários países", acrescentando que são espectáveis "recuos modestos" nas tacas de desemprego até ao final do ano em curso e em 2015.
O documento divulgado esta quarta-feira nota que há ainda questões estruturais que confirmam a frágil recuperação do mercado de trabalho, nomeadamente o facto de, no primeiro trimestre deste ano, haver 16,3 milhões de pessoas - um em cada três desempregados - "que não tinham trabalho há 12 meses ou mais, ou seja, cerca do dobro apurado em 2007". Espanha, Irlanda, Estados Unidos e Nova Zelândia são os países onde o desemprego de longa duração mais aumentou, asssinala a OCDE.
Para o que resta de 2014 e para o próximo ano, a organização prevê que a recuperação do mercado de trabalho continue fraca, reduzindo-se a taxa global de 7,4% apurados em Maio deste ano para 7,1% no final de 2015. "Um nível de procura fraco continua a ser a principal razão para a persistência de taxas de desemprego elevadas e a manutenção de factores cíclicos é ilustrada pelo facto de o produto interno bruto continuar abaixo do seu registo potencial em muitos países".