Desaparecimento do voo MH370 duplica prejuízos da Malaysia Airlines
Companhia de aviação registou perdas de 73 milhões de euros no segundo trimestre. Novos dados de satélite redireccionam as buscas deslocam-se mais para Sul.
Estas perdas, que comparam com um resultado líquido negativo de 42 milhões de euros no segundo trimestre do ano passado, sucedem-se a anos consecutivos de prejuízos, que entre 2011 e 2013 alcançaram quase mil milhões de euros.
E advêm, em grande parte, do embate provocado pelo desaparecimento do voo MH370 com 239 pessoas a bordo, a 8 de Março, depois de ter deslocado de Kuala Lumpur com destino a Pequim. No comunicado sobre os resultados, a Malaysia Airlines admite que os prejuízos do segundo trimestre reflectem “o impacto da catástrofe do MH370”, bem como “o crescimento da concorrência”, que levaram a uma queda de 6,7% no número de reservas.
Em Julho, o tráfego da companhia apresentou uma queda de 22,3%, mas já fruto da queda do voo MH17, depois de ter sido abatido no Leste da Ucrânia. Os impactos financeiros deste acidente só serão conhecidos aquando da apresentação de resultados do terceiro trimestre.
Ainda assim, a transportadora aérea já tem uma estimativa dos efeitos negativos desta dupla tragédia, no curto espaço de quatro meses. No comunicado, a empresa refere que, logo a seguir ao acidente do MH17, em Julho, o número de reservas caiu 33%.
O maior accionista da empresa, o fundo soberano malaio Khazanah Nasional, pretende anunciar ainda esta semana um profundo plano de reestruturação da companhia, que passa pela compra das participações minoritárias na empresa e pela posterior privatização.
Além disso, o caminho também deverá passar por milhares de despedimentos, como avançaram a Reuters e a Bloomberg esta semana, por uma mudança de nome e pela substituição da equipa de gestão.
Nova área de busca ao MH370
O MH370 continua desaparecido e, esta quinta-feira, o vice-primeiro-ministro australiano, Warren Truss, disse que as operações de busca têm que ser redireccionadas para Sul. A nova área, porém, está inserida nos 60 mil quilómetros quadrados já definida. Os especialistas que participam na operação para encontrar o aparelho acreditam que o avião terá "virado a Sul mais cedo do que previsto", segundo informações recolhidas nos dados de satélite.
"Há informações que sugerem que as zonas situadas um pouco mais a Sul são particularmente interessantes e prioritárias", disse Truss. O vice-primeiro-ministro adiantou que quando o avião desapareceu dos radares, os técnicos da Malaysia Airlines em terra tentaram estabelecer contacto com o avião que voava de Kuala Lumpor para Pequim através de um telefone de satélite. Não conseguiram, mas a chamada "permitiu ajudar a localizar o avião e a sua direção".