Barómetro indica que mais de 60% dos idosos associam reforma a perda de qualidade de vida

Há ainda 65% de inquiridos que temem pela sustentabilidade da Segurança Social, duvidando da possibilidade de pagar as reformas das próximas gerações.

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A maior parte dos idosos não quer viver em residências para seniores Daniel Rocha

O Barómetro Seniores, feito pela consultora QSP, refere ainda que, mesmo perante a desconfiança em relação à sustentabilidade da Segurança Social, só 18,5% dos inquiridos afirmaram que “poupam ou pouparam algum valor mensalmente” ao longo da vida para gastar durante a reforma.

O objectivo da QSP com o barómetro é “colmatar a lacuna da falta de informação sobre este importante segmento de mercado”, com o estudo a incluir diversas áreas, desde os estilos de vida à alimentação, saúde, lazer e serviços financeiros, entre outros. “Portugal está a assistir a um continuado e forte envelhecimento demográfico. Se em 2012 tínhamos uma proporção de aproximadamente 131 idosos por cada 100 jovens (0-14 anos), em 2060 estima-se que tenhamos cerca de 307 idosos para cada centena de jovens”, refere a empresa num comunicado sobre o estudo, citando dados do Instituto Nacional de Estatística.

Para o estudo, foram feitas entrevistas presenciais entre Maio e Junho a uma amostra de 1000 pessoas com idades entre os 55 e os 74 anos em todo o território português, tendo a amostra sido estractificada, tendo em consideração as variáveis demográficas das regiões, idade e sexo. Em termos de idade, a amostra foi dividida entre os considerados potencialmente activos ou pré-seniores (entre os 55 e os 64 anos) e os seniores (entre os 65 e os 74 anos). A margem de erro do barómetro é de 3,1% para um intervalo de confiança de 95%

Ainda de acordo com os dados da QSP – Consultoria de Marketing, para a maior parte dos seniores (62,2%) as unidades de prestação de cuidados não são um local onde se imaginam a viver. Só 13,8% das pessoas escolheriam viver numa residência a tempo inteiro, sendo que se verifica que a receptividade é maior nas zonas rurais e no interior.

Em termos de cuidados diários para preservar a saúde, 74,2% dos inquiridos disseram ter alguma espécie de actividade, com 63,2% a referirem que fazem caminhadas. Há também 46,6% de participantes que têm ligação à Internet no sítio onde vivem – o que revela um crescimento representativo em relação ao barómetro feito pela mesma consultora em 2009, quando este valor se ficou pelos 31,9%. Ainda assim, só 27,4% das pessoas utilizam o email como ferramenta de comunicação (um crescimento de mais de 11 pontos em relação à edição anterior).

Esets resultados são conhecidos numa altura em que a esperança média de vida passou de 68,5 anos na década de 1970 para 80 anos em 2012. Os Censos de 2011 contabilizavam em Portugal 2.010.064 habitantes com mais de 65 anos (19% do total da população), quando em 1970 os idosos representavam apenas 9,6% da população. Com o aumento da esperança média de vida, os homens portugueses têm agora um período de vida “expectavelmente não saudável” de 11 anos, enquanto para as mulheres essa situação se alonga por 22 anos.

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