PSD atribui aumento da despesa a decisões do TC, oposição contesta argumento
Socialistas expressam "preocupação" com agravamento da despesa.
Os dados da execução orçamental de Julho não trazem “surpresa” ou “novidade”, segundo Duarte Pacheco, deputado social-democrata. “Sabia-se que as despesas iam subir”, afirmou, lembrando que as decisões do TC “têm consequências”, ao obrigarem a repor os subsídios no princípio do Verão e a pagar os salários na totalidade. O deputado salientou, por outro lado, a subida da receita fiscal como resultado do “combate à evasão fiscal” mas também como um sinal de “recuperação económica”.
Este argumento é, no entanto, contestado pelos partidos mais à esquerda. Ricardo Oliveira, da comissão de Assuntos Económicos do PCP, referiu que há uma diminuição dos reembolsos do IVA, o que significa que “não há actividade económica em aceleração”.
Por outro lado, o comunista salienta que os números da execução orçamental mostram que “há um aumento dos encargos com os juros da dívida”. Este é também um ponto sublinhado por José Gusmão, do BE. “O Governo não fala dos 350 milhões de encargos com os juros da dívida”, afirmou o bloquista, criticando a posição de congratulação assumida pelo Executivo relativamente à receita fiscal, quando foram - sublinhou - as decisões do TC que permitiram um incremento do consumo privado e logo um crescimento de impostos como o IVA. "Os números demonstram um enorme fracasso dos objectivos do Governo", concluiu.
António Gameiro, secretário-nacional do PS, expressou “preocupação” sobre os dados da execução orçamental. “O Governo devia ter a ousadia de olhar para a despesa pública e devia cortar nas gorduras e nos gastos extraordinários”, defendeu o socialista, sustentando que o Executivo de Passos Coelho “tem governado empobrecendo os portugueses”.