Hackers divulgam emails internos do Novo Banco e Banco de Portugal para que cidadãos reclamem
Piratas ligados aos Anonymous terão atacado também o Ministério da Agricultura de onde terão roubado 2700 dados de funcionários. Ministério e bancos dizem não terem registado perturbações nos sistemas.
Contactado pelo PÚBLICO, o Banco de Portugal recusou comentar a situação. Já o Novo Banco não tinha informação de ter ocorrido um ataque informático nem de que se tenham verificado problemas. “Está tudo a funcionar correctamente”, disse o assessor de comunicação da instituição, Paulo Tomé.
Também a Polícia Judiciária não tinha conhecimento do alegado ataque desta sexta-feira. Aquela polícia tem uma brigada de 12 inspectores que trabalham na área da investigação ao cibercrime. O PÚBLICO questionou a Procuradoria-Geral da República de quem aguarda respostas no sentido de saber se foram já ou não abertos inquéritos a propósito destes alegados ataques informáticos.
Cerca de 2700 dados entre endereços de correio electrónico, senhas de acesso, números de telemóvel e dados de funcionários terão também sido retirados pelos piratas do sistema informático do Ministério da Agricultura. Os hackers divulgaram esses dados na Internet, conforme o PÚBLICO confirmou.
Aquele ministério não desmentiu o ataque, mas disse não ter provas de que o seu sistema sofrido qualquer perturbação. A Câmara de Coimbra, de Portalegre, o PSD do Alto Minho e o PS-Açores também terão sido alvo de ataques.
Já em Junho, os Anonymous divulgaram um ataque informático a vários bancos. Na altura, mais de 400 endereços de correio electrónico de profissionais de boa parte da banca portuguesa foram expostos. Os dados foram retirados por piratas informáticos num vasto ataque que visou os servidores e os sitesde entidades do sector financeiro. Os contactos de gestores - alguns deles de topo - e de funcionários de nove bancos nacionais passar a circulam na Internet depois de terem sido publicados na página de Facebook dos piratas.
A operação visou então o BES, Santander, Montepio, Millennium BCP, Crédito Agrícola, BPI, Banif, BIC, Banco Popular e Banco Best. Entre os maiores bancos a operar em Portugal ficou de fora o banco público, a Caixa Geral de Depósitos. Os piratas garantiram que até o servidor do Banco de Portugal foi atacado.
Em Abril, também a Procuradoria Distrital de Lisboa foi alvo de um ataque informático tendo o site sido desligado para proteger a informação contida nos servidores. O site esteve em baixo durante uma semana. Os piratas divulgaram então na Internet os telemóveis e emails pessoais de quase dois mil magistrados e conseguiram também as palavras-chave dos procuradores para aceder ao Sistema de Informação do Ministério Público.
O inquérito a esses ataques continua aberto no Ministério Público, mas até agora não foi possível identificar os responsáveis, adiantou fonte da PJ.