A Angeles, que anunciou na terça-feira o lançamento de uma OPA voluntária sobre a ESS, faz depender a concretização do negócio de uma série de condições, entre elas, a de garantia do controlo da empresa, ou seja, a aquisição de “um número de acções representativas de, pelo menos, 50,01% do capital social” da ESS.

Entre outros activos, a ESS detém o Hospital da Luz, em Lisboa. O grupo liderado por Isabel Vaz também gere o Hospital de Loures através de um modelo de Parceria Público-Privada.

No anúncio preliminar da operação de aquisição a empresa mexicana revelou que oferece uma contrapartida de 4,30 euros por cada acção da ESS (maioritariamente detida pelo Rioforte, holding não financeira do Grupo Espírito Santo), o que representa um total de 411 milhões de euros. Segundo a Reuters, o preço oferecido pelo grupo mexicano corresponde a um prémio de 9% face à última cotação da ESS e de 18,85% em relação ao preço médio ponderado das acções nos últimos seis meses.

Operadores de mercado citados pela Reuters, consideraram que a oferta traduz a atractividade da líder da saúde privada em Portugal. "A oferta agora conhecida reforça a percepção do valor da ESS e oferece suporte adicional à cotação actual do título", referiram os analistas do Caixa Banco de Investimento.

"A OPA foi a 4,30 euros por título e, na abertura, o preço das acções foi logo para esse valor. É um sinal da atractividade da empresa e do sector da saúde", disse ainda um responsável da GoBulling no Porto. Quando foram suspensos, os títulos da ESS estavam a valorizar 0,08% para 3,943 euros.

Os analistas do Caixa BI consideram, contudo que a Ángeles pode enfrentar algumas dificuldades num processo que precisa de um alargado conjunto de aprovações prévias por parte de várias entidades e que surge num contexto do desmembramento do GES.