Guiné-Bissau “não pode estar descansada” com vírus nos países vizinhos
Países ao lado estão a braços com o pior surto de sempre do vírus do ébola, que começou na Guiné-Conacri em Dezembro de 2013.
Em declarações aos jornalistas no final de uma série de visitas a instituições públicas e ao mercado principal de Bissau, Domingos Simões Pereira defendeu que o facto de o vírus do ébola ainda não ter chegado ao país não pode significar que se deve descurar. “É óbvio que quando os países ao nosso redor, como a Guiné-Conacri, a Serra Leoa e outros, já têm níveis de presença desses flagelos, a Guiné-Bissau não pode estar descansada [pensando] que não corre riscos”, notou o primeiro-ministro guineense.
Embora a doença ainda não tenha chegado à Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira quer toda sociedade mobilizada e a comunicação social a ajudar na sensibilização da população. “A preocupação vai no sentido de elevar o alerta, a mobilização de todos”, frisou.
Questionado pela agência Lusa sobre onde vai arranjar os 600 mil euros necessários para executar um plano de contingência contra o vírus do ébola, o primeiro-ministro guineense manifestou-se optimista.
“Isso não será problema. A Guiné-Bissau vai estar em condições de aprovisionar esse valor”, defendeu Domingos Simões Pereira, que já está em contacto com os parceiros do país para a mobilização da quantia em causa.
Segundo o director-geral da Prevenção e Promoção da Saúde Pública guineense, Nicolau Almeida, o país necessita de 600 mil euros para financiar a execução de um plano de contingência, elaborado pelo Ministério da Saúde Pública em colaboração com instituições das Nações Unidas, nomeadamente a Organização Mundial da Saúde e a UNICEF, bem como os serviços de protecção civil guineense.
Portugal ofereceu 15 toneladas de medicamentos de prevenção do ébola e de outras epidemias, mas esse carregamento ainda não chegou à Guiné-Bissau. Domingos Simões Pereira, que fez o anúncio da oferta há dias, justificou o atraso com questões ligadas ao transporte. “Temos estado em contactado com os nossos parceiros portugueses, que nos têm dito que é um problema de transporte e quero acreditar que nos próximos dias teremos indicações sobre a chegada desses medicamentos.”