Bolsa de Lisboa encerrou em queda pelo quarto dia, com a banca novamente pressionada

Tensões geopolíticas atiram bolsas europeias para mais um dia de quedas.

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A abertura da bolsa lisboeta acompanhou a maioria dos mercados europeus Rafael Marchante/Reuters

A maior desvalorização, de 4,17 %, aconteceu no Banif, seguida de uma queda de 3,5% no BCP, e de 2,42 % no BPI. As quedas do BCP e do Banifif voltaram a ser acompanhadas de forte volume de acções transaccionadas.

No acumulado da semana, o Banif perdeu 21% e o BCP deslizou 17,13%.

Na quarta sessão de quedas consecutivas da bolsa de Lisboa, o PSI 20 abriu a perder perto de 2%, aliviando as perdas ao longo da sessão, em boa parte pela recuperação da PT, que  a perder mais de 2%, mas encerrou com uma valorização de 7,28%.

O PSI 20, que acumula uma perda superior a 18% desde o início do ano, está em mínimos de Junho de 2013. No acumulado da semana o índice perdeu 6,6%.

A par de vários factores negativos em termos económico e geopolíticos, a bolsa portuguesa continua a ser prejudicada pelo caso BES, cujas acções, suspensas desde a semana passada, deixam a partir de hoje de figurar no PSI 20.

A solução encontrada, que penaliza em primeira linha os accionistas, e o receio de que a venda do novo banco não consiga cobrir o valor do empréstimo de 3900 milhões de euros assegurado ao Fundo de Resolução, detido pelos bancos, está a penalizar o sector finaceiro cotado.

As bolsas europeias fecharam negativas, mas com quedas inferiores a 1%, à excepção de Amesterdão, que encerrou a perder exactamente 1%.

As tensões geopolíticas entre a Europa, Estados Unidos e Rússia, por causa da Ucrânia, a luz verde dos Estados Unidos para ataques aéreos no Iraque e os dados económicos negativos na Alemanha (queda de encomendas) e em Itália (regresso à recessão) estão a levar muitos investidores a sair de activos de risco e a procurar produtos mais seguros.

Para além das acções, estão a ser penalizados neste nervosismo dos investidores a dívida soberana dos países do Sul da Europa, incluindo a de Portugal, e a compra de bonds alemãs, o que leva estas últimas a registar mínimos históricos, muito próximo de 1%.

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