OMS declara epidemia de ébola "emergência internacional” e pede ajuda

Em Portugal, a Direcção-Geral de Saúde divulga esta tarde medidas concertadas com a Europa.

Foto
Metade dos casos de ébola registados até agora foram fatais SEYLLOU/AFP

A OMS considera que as possíveis consequências da propagação internacional do vírus são “particularmente graves”. Registada na África Ocidental, a epidemia já matou, em cinco meses, desde Março, 932 pessoas e infectou mais de 1700. A comissão de emergência da OMS, que esteve reunida durante dois dias — nesta quarta e quinta-feira em Genebra —, não teve dúvidas e foi "unânime ao considerar verificarem-se as condições de uma emergência de saúde pública de carácter mundial".

Em conferência de imprensa, Margaret Chan lembrou que os países da África Ocidental mais atingidos pela epidemia — Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri e Nigéria — "não têm meios para responderem sozinhos" à doença e, por isso, pediu "à comunidade internacional que forneça o apoio necessário".

A mesma comissão insistiu ser necessário que os diferentes países se coordenem para travar a epidemia: "Uma resposta internacional coordenada é essencial para travar e fazer recuar a propagação mundial" do vírus do ébola. Apesar de não ter imposto restrições às viagens e ao comércio internacionais, a comissão considera que “os Estados devem estar preparados para detectar e tratar casos de ébola” e para facilitar o transporte dos seus cidadãos, especialmente os profissionais de saúde que foram expostos ao vírus.

A directora-adjunta da Direcção-Geral da Saúde já disse à agência Lusa que vai divulgar na tarde desta sexta-feira uma posição concertada com os parceiros da Europa sobre esta declaração de estado de emergência mundial de saúde pública. “Estamos a concertar posições com os países que são nossos parceiros europeus, estamos a analisar bem o documento [divulgado na manhã desta sexta-feira pela OMS] e iremos emitir um comunicado às 16h”, garantiu Graça Freitas, escusando-se, para já, a adiantar que medidas poderão ser tomadas por Portugal ou pela Europa. A directora adjunta da DGS referiu apenas que os responsáveis da direcção-geral estiveram “nos últimos dois dias em audioconferência com os parceiros europeus” para concertar uma posição.

O vírus do ébola transmite-se por contacto directo com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados. A febre manifesta-se através de hemorragias, vómitos e diarreias. A taxa de mortalidade varia entre os 25 e 90% e não foi ainda produzida uma vacina contra a doença. com Lusa

Sugerir correcção
Comentar