40 militantes pedem que Bloco aprenda com os erros
Partido Livre, cujo principal rosto é o de Rui Tavares, vê sinais de "recomposição da esquerda" e pede "vocação governativa".
“O BE atravessa um período difícil com repercussões públicas evidentes”, começam por assinalar para depois concluírem que a desvinculação da corrente Manifesto, fundadora do BE, coloca em risco o “contrato fundacional” do partido.
O comunicado, enviado à imprensa esta sexta-feira, é subscrito por 40 militantes, entre eles Carlos Cabrita, Helena Figueiredo, João Madeira, Sara Goulart, José Manuel Boavida, Albérico Afonso, Margarida Santos. A maioria destes militantes apresentou na última convenção do partido, há dois anos, a moção B.
Nessa altura, Daniel Oliveira integrou a moção e o resultado obtido foi de cerca de 20%, o melhor até então conseguido por uma lista não afecta à direcção.
Agora, estes militantes vêm sublinhar que a abstenção e o desprestígio que afectam os partidos são causas a ter em conta no debate, mas há “implicações preocupantes” que resultam da perda de influência do partido e dos abandonos individuais. Reflectem que “um partido não se constrói depurando-se”.
“O Bloco foi e tem de continuar a ser um motor de transformação, para tal deve procurar apresentar-se como uma alternativa política credível e agregadora, que aprenda com os erros”, diz o comunicado.
Livre com vocação governativa
Quem também decidiu reagir à polémica foi o partido Livre, cujo principal rosto é o do ex-eurodeputado Rui Tavares. Vislumbrando "sinais de recomposição da esquerda", os livres afirmam que "se é necessário que as esquerdas construam uma vocação governativa, é necessário então que se entendam, que dêem finalmente prioridade àquilo que as une em vez de insistirem no que as separa".