Israel lança invasão terrestre em Gaza

Forças israelitas vão intensificar acção contra o Hamas com contingente de 60 mil soldados.

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Reuters

“O primeiro-ministro e o ministro da Defesa deram instruções ao IDF para iniciar uma operação no terreno esta noite para atingir os túneis do terror entre Gaza e Israel”, lê-se no comunicado do governo.

O objectivo da intensificação da acção das Forças de Defesa Israelitas (IDF) na Faixa de Gaza é responder aos ataques continuados que o território israelita tem sofrido e causar “baixas significativas no Hamas”. Há já onze dias que os dois lados iniciaram um novo conflito armado, que já fez 227 mortes entre os palestinianos e uma em Israel. Fontes palestinianas revelaram, entretanto, que o número de vítimas subiu para 240.
 

 

Um porta-voz do Hamas classificou a ofensiva do exército israelita como "uma escalada séria" e garantiu, através de um comunicado, que os responsáveis vão "pagar caro".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lamentou que "um já perigoso conflito tenha escalado ainda mais" e pediu a Israel para "fazer muito mais para evitar mortes de civis".

Pouco antes do anúncio do exército, os habitantes das regiões fronteiriças foram ordenados a permanecer nas suas casas, de acordo com o Haaretz. O Governo autorizou a chamada de 18 mil reservistas, diz o mesmo jornal, o que faz com que o contingente israelita em Gaza ascenda a 60 mil soldados.

A possibilidade de o IDF avançar para uma ofensiva terrestre em Gaza, algo que não acontecia desde 2008, já tinha sido abordada por alguns oficiais. A BBC escrevia hoje que a probabilidade de uma acção deste género era “muito grande”, uma vez que há vários alvos que apenas podem ser alcançados por terra.

Um deles são os túneis que ligam o território controlado pelo Hamas a Israel e por onde o grupo islamita faz passar homens e armas, segundo Telavive. Ainda na manhã desta quinta-feira, Israel acusou o Hamas de tentar fazer passar 13 homens armados através de um desses túneis localizados no sul do território. O objectivo, de acordo com o IDF, seria infiltrar os militantes num kibutz na região.

A última ocasião em que Israel lançou um ataque deste género foi em 2008, numa operação que durou três semanas e fez 1400 mortos palestinianos e treze israelitas.

A ofensiva terrestre surge após um dia que até começou com um cessar-fogo de cinco horas, pedido pelas Nações Unidas, para que os habitantes de Gaza pudessem recolher alimentos e reparar algumas infraestruturas básicas. Logo após as tréguas, a troca de mísseis voltou e foram mortas três crianças na cidade de Gaza.

Ainda durante o dia, chegou a ser noticiado que o Hamas e Israel tinham chegado a acordo para estabelecer um cessar-fogo permanente, o que acabou por ser desmentido por ambos os lados. O governo egípcio continua a mediar as conversações, mas o Hamas mantém-se irredutível quanto ao levantamento das restrições fronteiriças impostas a Gaza por Israel e pelo Egipto.
 

 

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