Cortes de rating arrastam acções do BES e da PT para forte desvalorização
Títulos do banco perderam 7,91% e os da operadora recuaram 6,83%.
As acções do BES encerraram a perder 7,91%, para 0,42 euros, mas ao longo do dia chegaram a desvalorizar mais de 11%, para um mínimo de 0,39 euros. O montante de títulos transaccionados, que tem sido muito elevado, foi esta quinta-feira menor, aproximando-se dos 73 milhões de acções.
A PT encerrou a cair 6,83%, para 1,76 euros, com 15 milhões de acções negociadas, o dobro da média diária registada por esta empresa.
A queda dos títulos do banco reflecte a decisão da agência Standard & Poor's de baixar o rating do BES de B+ para B-. Este anúncio anulou as declarações do Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, sobre o eventual interesse de accionistas num aumento de capital, caso fosse necessário. Essas declarações estiveram na base de uma subida de 20% na sessão desta quarta-feira.
A queda da PT também acontece depois de a Fitch ter colocado os ratings da operadora e da Oi em “BB+”, um nível considerado de lixo (investimento especulativo).
A decisão da agência de notação acontece depois do incumprimento, por parte da Rioforte, do Grupo Espírito Santo, de um empréstimo de 900 milhões de euros à PT.
A crise no Grupo Espírito Santo tem impacto noutras empresas, designadamente na Teixeira Duarte, que também subscreveu papel comercial da Rioforte, em montante desconhecido. A construtora encerrou a perder 4,46%. E está a ter impactos, igualmente, em outros dois bancos cotados, o BCP e o Banif, com empréstimos à Rioforte, e que encerraram a perder 2,16 e 3,26% respectivamente. O BPI não tem uma exposição directa, mas também encerrou a perder 0,97%.
A negociação das acções da ESFG, que detém 20,1% do BES, está suspensa há uma semana, a pedido da empresa,e continua a não haver indicação de quando poderá ser retomada.
Depois da subida na sessão anterior, as restantes bolsas europeias encerraram todas em terreno negativo.