Quem o diz é a investigadora Raquel Castro, curadora do programa Invisible Places Sounding Cities, que integra concertos, masterclasses, instalações ou salas de escuta, para além de um simpósio internacional com a chancela da World Forum for Acoustic Ecology (WFAE), que contará com investigadores e artistas de todo o mundo da área do som.
O programa começa na próxima sexta-feira (até domingo), quando se celebra o World Listening Day. A partir do mote da edição deste ano (“Para Lá do Visível”) o simpósio foi pensado para não ser apenas um acontecimento académico.
Para além dos concertos e instalações de arte sonora, espalhadas por diversos espaços, que revelam que o som provoca memórias ou desperta emoções, haverá também, por exemplo, workshops de educação auditiva para crianças. A ideia é consciencializar. Porque o som afecta. A qualidade da comunicação. O ambiente. Ou a saúde física e psicológica.
Por outro lado existe o intuito de mostrar à comunidade o que tem vindo a ser feito em termos de investigação científica. Um tipo de pesquisa pluridisciplinar, que por norma alia estudiosos das mais diversas áreas de actuação, da arquitectura à sociologia, do urbanismo à acústica. No total haverá participantes de 25 países e, no final, pode vir a ser criada uma filial em Portugal da World Forum, a organização mundial que liga as várias instituições que actuam na esfera da intervenção pública da ecologia do som.
No simpósio abordar-se-á o som das cidades, o planeamento urbanístico em ligação com o som, o papel que a arte sonora pode desempenhar em espaços públicos ou a identidade e os lugares e a forma como o som afecta essas variáveis. Esses serão alguns dos tópicos de um simpósio que se pretende virado para fora, para que num futuro próximo possamos habitar em sociedades mais conscientes sonoramente.