Maioria de ex-líderes da JS declara apoio a Costa
Antigos dirigentes da Juventude Socialista invocam a capacidade do edil de Lisboa para "construir pontes e mobilizar vontades".
Ao lado de Costa estão ainda Arons de Carvalho, fundador e primeiro líder da JS e Sérgio Sousa Pinto, que liderou a organização no combate pelas denominadas causas fracturantes onde se incluía as despenalizações da interrupção voluntária da gravidez ou do consumo de drogas. Apenas dois não subscrevem o manifesto: o próprio António José Seguro e Jamila Madeira, que faz parte da actual direcção do partido.
No manifesto, junto com os antigos dirigentes, estava inscrito o nome do actual líder da JS, João Torres. Que foi retirado por ter sido incluído por erro na lista pela campanha de António Costa. Foi Duarte Cordeiro, um dos ex-líderes da JS e apoiante de Costa, quem assumiu o erro e a rectificação.
João Torres adiantou ao PÚBLICO ter tido conhecimento que o manifesto estava em circulação mas acrescentou não ter sequer lido o documento. E explicou por que é que optava por não assumir uma posição na disputa interna no PS. "Enquanto cidadão e militante tenho a minha convicção, mas estas eleições abrem um novo paradigma no partido. Acho que a JS tem que estar acima das divisões porque é fundamental que a JS esteja unida e mobilizada após as primárias", disse ao PÚBLICO.
No documento é defendido como sendo “indispensável” que “António Costa seja o candidato do partido a primeiro-ministro de Portugal”. E explicam-se a razões. Os signatários invocam a “capacidade” de António Costa “para construir pontes e mobilizar vontades” e assim apresentar “uma alternativa política sólida, clara e de esquerda que contrarie a incerteza e o desencanto”. Os ex-líderes da JS fazem também um “apelo ao debate interno e externo, ao respeito pelas regras democráticas de transparência e de participação” opor forma a garantir que a confiança dos portugueses na política, nos políticos, nos partidos políticos, na democracia” seja “reconquistada”.
No passado fim-de-semana foi tornado público um documento semelhante subscrito por 25 dos 35 fundadores sobreviventes do PS. Entre estes encontrava-se Alfredo Barroso. Que poucos dias depois viria a criticar a posição de António Costa em relação à questão das coligações, afirmando afastar-se “em bicos de pés” desse candidato às primárias socialistas.
As eleições primárias foram agendadas para 28 de Setembro, por proposta do secretário-geral do PS, António José Seguro, depois de o presidente da câmara de Lisboa ter anunciado a sua disponibilidade para liderar o PS. Costa pretendia o agendamento rápido de um congresso extraordinário e de directas. A resposta de Seguro foram as primárias e as eleições para as distritais. Para a próxima terça-feira está agendada uma Comissão Política para aprovar os nomes da comissão eleitoral que deverá arbitrar o escrutínio.