Israel identifica suspeitos do sequestro de adolescentes na Cisjordânia

Marwan Qawasmeh e Amer Abu Aysha passaram pelas prisões israelitas por acções ligadas ao Hamas.

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A família de um dos suspeito diz desconhecer o seu paradeiro desde dia 13 Hazem Bader/AFP

As duas identidades são a primeira pista concreta fornecido por Israel sobre os alegados autores do sequestro, que indignou Israel e levou o levou o Exército a desencadear a maior operação militar na Cisjordânia desde o final da segunda Intifada, em 2005. Centenas de pessoas foram detidas, na sua maioria militantes e dirigentes do Hamas. No comunicado divulgado quinta-feira, o Shin Beth adianta que outros suspeitos de envolvimento no rapto “estão actualmente a ser interrogados”.

Segundo as autoridades israelitas, Qawasmeh tem 29 anos e foi detido cinco vezes, a primeira das quais aos 18 anos. É suspeito de pertencer à ala militar do Hamas na região de Hebron e em 2010 cumpriu uma pena de dez meses por treino e recrutamento a favor do movimento islamista. Aysha, de 33 anos, esteve preso administrativamente (sem acusação formal nem julgamento) durante seis meses em 2005, na mesma altura em que um dos seus irmãos foi morto, quando supostamente se preparava para atirar explosivos contra soldados israelitas.

O pai de Aysha negou à agência AFP o envolvimento do filho no rapto, mas admitiu que ele está em local incerto desde dia 13, logo a seguir ao sequestro dos três adolescentes israelitas, de 16 e 19 anos quando pediam boleia junto a um colonato a norte de Hebron. Contou ainda que os militares israelitas revistaram a casa da família e detiveram outros dois filhos.

O líder do Hamas, Khaled Meshaal, reafirmou também que a liderança política do movimento não tem “nenhuma informação” sobre o sequestro, mas num recado a Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana e líder da Fatah, que prometeu cooperar com as investigações, garantiu que “apoia todos os actos de resistência contra a ocupação israelita, que deve pagar pela sua tirania”.

Por seu lado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, voltou a pressionar Abbas para que renuncie ao acordo com o movimento islamista, “uma organização terrorista que sequestra jovens e apela à destruição de Israel”. Nos últimos dias, o Exército diminuiu a intensidade das buscas, face à revolta crescente dos habitantes da Cisjordânia, que dizem estar a ser vítimas de uma “punição colectiva” – cinco palestinianos, três dos quais adolescentes, foram mortos por soldados durante confrontos na última semana e meia.

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