Kodomoroid e Otonaroid são “quase” humanas e vão trabalhar num museu
Robôs hiper-realistas apresentados em Tóquio. Vão ser usadas numa experiências destinada a analisar a reacção dos humanos a máquinas hiper-realistas.
O Museu Nacional de Ciências e Tecnologia de Tóquio recebeu esta terça-feira a apresentação de Kodomoroid, mistura da palavra japonesa kodomo (criança) e andróide, e de Otonaroid, otona (adulto) mais andróide. Kodomoroid surgiu como apresentadora de televisão e leu duas notícias aos jornalistas presentes. A seu lado, Otonaroid admitiu à audiência que estava “um pouco nervosa”.<_o3a_p>
As duas robôs funcionam através de ar comprimido e servomotores e por controlo remoto para realizar movimentos e para falar. Na demostração, estiveram sentadas (estes andróides não andam), mexeram a cabeça, tronco e membros superiores. Moveram as sobrancelhas, pestanejaram e acenaram com as cabeças, fizeram intervenções numa linguagem perfeita, sem atropelos, e movimentaram as mãos ao ritmo da conversa. A pele sintética, feita de silício, e os músculos artificiais deram-lhe um aspecto quase humano.<_o3a_p>
As andróides falaram numa voz feminina, e doce, mas podem rapidamente mudar para um tom masculino e grave. O discurso que fizeram foi criado através de texto introduzido à distância.<_o3a_p>
As duas robôs, criadas pelo especialista em robótica e professor na Universidade de Osaca, Hiroshi Ishiguro, vão trabalhar no Museu Nacional de Ciências e Tecnologia de Tóquio a partir desta quarta-feira e estar em contacto directo com os visitantes. O objectivo é interagirem com o público e recolher informação sobre as reacções dos humanos à sua presença. Os dados recolhidos serão depois trabalhados por Hiroshi Ishiguro, que pretende analisar a “questão fundamental do que é ser humano”.<_o3a_p>
Kodomoroid vai estar ligada à Internet e irá ler notícias mais recentes para os visitantes, enquanto Otonaroid poderá ser controlada pelo público permitindo a experiência do que é ter um robô sob controlo.<_o3a_p>
“Teremos cada vez mais robôs na nossa vida futura”, disse o japonês à AFP, acrescentando que ele próprio criou uma versão andróide sua que o substitui em conferências fora do país. “Isso evita-me muitas viagens”, confessou.<_o3a_p>
Na apresentação das suas mais recentes criações, Hiroshi Ishiguro explicou que, ao criar estes andróides, explora o que é ser humano e "examina a questão do que é a emoção, a consciência, o pensamento".<_o3a_p>
O japonês sublinhou a importância do Japão no mundo da robótica, dando como exemplo dos avanços na tecnologia do país a criação, pelo Softbank, o gigante nipónico dos telemóveis, de Pepper, o primeiro robô pessoal que lê emoções, através da análise de gestos, expressões e tons de voz. Com lançamento no mercado previsto para Fevereiro do próximo ano, no Japão, será comercializado por cerca de 198 mil ienes (1400 euros). “Os robôs estão a tornar-se acessíveis, tão acessíveis como um laptop”, observou Ishiguro.<_o3a_p>