A marcha de Marvila foi a primeira a ameaçar com um protesto, esta manhã, durante a procissão de Santo António, mas acabou por cancelar a iniciativa, que passou para a porta da Associação Musical 3 de Agosto de Marvila. Durante o dia, as marchas do Castelo, Santa Engrácia e Beato juntaram-se à indignação de Marvila pelos resultados da 82.ª edição das Marchas Populares e dirigiram-se para a associação.

O presidente da associação, Marco Silva, explicou à Lusa que o protesto, que terminou cerca das 21h00, serviu ainda para manifestar o desagrado pela forma como foi feita a classificação e por não terem conseguido contactar o júri.

O ensaiador da marcha de Marvila, Nuno Lopes, considerou que o 12.º lugar é "um lugar impensável de aceitar". "Sinto uma frustração total. Não tivemos falhas absolutamente nenhumas nas actuações e até os bairros adversários reconheceram que a marcha de Marvila era para ocupar posições cimeiras", sublinhou, acrescentando que "nunca antes a marcha ficou classificada em posição tão baixa".

À Lusa, o director de programação cultural da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, Pedro Moreira, confirmou que recebeu um "protesto verbal" da marcha de Marvila e que "o pedido de esclarecimento formal será remetido ao júri, para que se possa pronunciar sobre os critérios que permitiram definir a classificação".

As marchas populares são avaliadas com uma pontuação de 0 a 20 em dois momentos, no Meo Arena (o que aconteceu a 6, 7 e 8 de Junho), e na noite de 12 para 13 de Junho na Avenida da Liberdade, nas categorias de Coreografia, Cenografia, Figurino, Melhor Letra, Musicalidade, Melhor Composição Original e Desfile da Avenida.

Nesta edição, Alfama ficou em primeiro lugar, tendo vencido ainda a melhor cenografia, letra – em conjunto com as marchas do Castelo e da Graça – e o melhor desfile. Alcântara e Bairro Alto foram a segunda e terceira classificada, respectivamente.