2500 imigrantes ilegais resgatados em dois dias na costa siciliana

As autoridades temem que a melhoria do tempo aumente o número de pessoas que tentam chegar à Europa.

Foto
Noventa pro cento dos barcos partem da Líbia Reuters

Só na manhã desta sexta-feira o barco de resgaste italiano, o San Giorgio, recolheu a bordo 998 imigrantes, entre os quais 214 mulheres e 157 crianças. Em comunicado, a marinha italiana admitiu que o elevado número de pessoas resgatadas se deveu ao facto de estes terem “aproveitado o bom tempo e as boas mares para fazerem a viagem em melhor segurança”. 

As autoridades não revelaram as nacionalidades das pessoas mas nos últimos meses têm sido principalmente sírios que fogem da guerra civil, e eritreus fugindo do recrutamento militar.

Desde Outubro de 2013, a Itália encabeça a maior missão de salvamento de imigrantes alguma vez vista da Europa, depois do trágico afogamento de 366 imigrantes a poucos quilómetros da ilha siciliana de Lampedusa, a operação “Mare Nostrum”.
Nesta missão trabalham diariamente centenas de guardas costeiros, cinco navios, vários helicópteros e aviões. No inicio das operações os custos mensais eram de dez milhões de euros.

Segundo a agência italiana Ansa, desde o início de 2014 já foram resgatados mais de 47 mil imigrantes, dez vezes mais pessoas do que no mesmo período de 2013 quando “só” foram resgatados 4800 imigrantes. Apenas nestes seis meses de 2014 já foram ultrapassados os números totais do ano anterior, quando foram resgatados 43 mil imigrantes. Faltando ainda mais seis meses para encerrar o ano, e perante a melhoria do tempo, espera-se que número de imigrantes ilegais ultrapasse os números de 2011 — após o início da Primavera Árabe onde fora resgatas 68 mil pessoas.

Calcula-se que mais de 90% dos barcos partam da Líbia. As nacionalidades mais representadas entre os resgatados são os eritreus (14 mil), os sírios (6700) e pessoas provenientes do Mali (4300). 
Em Itália, há mais de 32 mil pessoas instaladas em posto de abrigo temporários à espera de resposta aos seus pedidos de asilo.

As autoridades italianas já pediram repetidas vezes aos países da União Europeia para os ajudarem na patrulha da maior rota migratória entre a África e a Europa, a rota central do Mediterrâneo. Na semana passada, Matteo Renzi, primeiro-ministro italiano, incitou as Nações Unidas a intervirem directamente na Líbia, onde gangues criminosos cobram mil euros aos imigrantes por um lugar nas embarcações inseguras e sobrelotadas.  

Sugerir correcção
Comentar