Renamo põe fim ao cessar-fogo e anuncia novos ataques em todo o território de Moçambique

Afonso Dhlakama quer candidatar-se às presidenciais de 15 de Outrubro.

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Dhlakama acusa o Governo da Frelimo d eter quebrado os acordos de paz de 1992 AFP

“O cessar-fogo acabou em todo o território”, disse o porta-voz do grupo, António Muchanga. Os ataques contra veículos na província de Sofala forma retomados, acrescentou, e deixou um alerta. “Para salvar vidas humanas, pedimos às pessoas de não para não usarem as estradas [de Sofala] pois de momento decorre um conflito”.

A Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), antiga guerrilha antimarxista, tornou-se no principal partido da oposição em 1992, depois de 16 anos de guerra civil. Exige uma melhor partilha do poder e acusa a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), no poder, de se apropriar de todas as riquezas do país.

As negociações que decorrem há meses em Maputo entre as duas partes arrastam-se e embatem na exigência da Renamo em conseguir para os seus homens metade dos postos na polícia e no exército.

A trégua estava em vigor há apenas um mês. “O país irá assistir a ataques armados de crescente intensidade”, disse Muchanga, que falou com a AFP a partir de Maputo, a capital do país. Acrescentou: “Penso que se a situação continuar, [os ataques] vão alastrar a todo o país”.

Os media locais falam de pelo menos quatro mortos esta semana num ataque contra veículos na auto-estrada EN1. A polícia não confirmou este incidente e o exército ainda não foi ouvido sobre o assunto. Desde Abril - quando os homens da Renamo iniciaram os ataques aos veículos civis - que o exército escolta as caravanas que percorrem os cem quilómetros entre as províncias de Inhambane e Sofala.

O chefe histórico da Renamo, Afonso Dhlakama, retomou a luta armada há dois anos acusando o Governo de não respeitar os acordos de 1992,  que puseram fim à guerra. No final de Outubro do ano passado, as forças governamentais investiram contra a base da Renamo na Gorongosa, depois de alguns confrontos entre homens da Renamo e do exército em Sofala. 

No final de Abril, Afonso Dhlakama saiu do seu quartel-general na Gorongosa para se inscrever nas listas eleitorais e candidatar-se às presidenciais de 15 de Outubro. Exige que as forças governamentais retirem da zona de forma a poder realizar a sua campanha eleitoral.

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