Incêndios: MAI diz que reforço de meios responde às “insuficiências detectadas"
Presidente da Liga do Bombeiros Portugueses voltou a pedir autonomia e uma lei de financiamento para que os bombeiros não vivam de caridade
Miguel Macedo, acompanhado pelo secretário de estado João Almeida, esteve hoje presente nas cerimónias comemorativas do Dia do Bombeiro Português, que decorreram no Barreiro. "Aproxima-se o período mais crítico e para 2014 reforçamos o montante financeiro para este dispositivo especial, aumentámos a comparticipação de combustíveis, reforçamos o efectivo da força especial de bombeiros, contratámos mais quatro aeronaves e alargamos o número de bases de apoio logístico", disse.
Miguel Macedo referiu ainda que já foram aprovadas 24 candidaturas, com um investimento global de 5,7 milhões de euros, e que está a decorrer o concurso da Autoridade Nacional de Protecção Civil para a aquisição de novos equipamentos de protecção individual, que ultrapassa os seis milhões. "Estamos também a actualizar o valor dos seguros de acidentes pessoas, em consequência de um trabalho conjunto", disse.
O ministro procedeu à entrega de novos rádios SIRESP - Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança aos bombeiros dos distritos de Lisboa e Setúbal. "Os equipamentos rádios SIRESP são um passo importante. No final do processo de entrega teremos disponibilizado mais de 2.600 equipamentos pelas várias corporações, o que representa um grande aumento face aos 3.664 até agora existentes", frisou.
Na cerimónia foram também homenageados os oito bombeiros mortos no combate aos incêndios florestais em 2013, que pertenciam aos corpos dos bombeiros voluntários de Miranda do Douro (dois), Covilhã, Alcabideche, Estoril, Carregal do Sal (dois) e Valença.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, defendeu que os bombeiros são "um tesouro da pátria", que merecem mais atenção. "Existem questões urgentes e que é bom que o ministre as fixe. Os bombeiros querem que o Serviço Nacional de Protecção Civil seja de coordenação e não de comandamento, pois precisam de autonomia, e é necessária uma lei de financiamento, pois não queremos viver de caridade ou ter de pagar para socorrer", afirmou ainda .
Jaime Marta Soares afirmou que houve muita coisa que era necessária e que não se efectuou "quando o país vivia de forma desafogada", defendendo que "os erros do passado recente" têm consequência no presente e futuro. "Precisamos de incentivos ao voluntariado, que garanta um mínimo de sustentabilidade e de um serviço específico para a área da saúde", concluiu.