Seguro e o problema das “bolas laranja”
Campanha socialista levou líder do PS e cabeça de lista a uma empresa de novas tecnologias onde o pingue-pongue foi a estrela.
E foi a mesa azul que proporcionou a António José Seguro o momento mediático ao agarrar-se ao jogo, em Aveiro, com um elemento da comitiva socialista. Foi uma troca de bolas sem grande velocidade e em que algumas das jogadas de Seguro batiam na rede e voltavam pra trás.
Pelo meio fazia humor: “Não estou habitado a jogar com bolas laranja”.
O jogo terminou com um ponto a favor de Seguro, que durante o embate nunca fez um “puxanço” (bater a bola com força para fora da mesa de forma a impedir a resposta do adversário).
De certa forma, era uma metáfora da estratégia política seguida pelo secretário-geral do PS. Com uma oposição ao Governo sem violentos ataques e centrada na exigência de explicações.
Foi esse o caso após a visita à Wavecom. Ao lado do cabeça de lista Francisco Assis, citou uma notícia do Correio da Manhã – que dava conta da possibilidade da carta enviada pelo Governo ao FMI abrir a porta à privatização da CGD - para exigir a divulgação da carta missiva depois da 12ª avaliação da troika.
“Mostrem a carta”, desafiou Seguro.
Pedro Nuno Santos, líder da distrital de Aveiro, reagiu à mesma notícia, no almoço de campanha, exigindo que Pedro Passos Coelho desmentisse a possibilidade de “forma clara e taxativa” até ao dia 25 de Maio.
Assis não se referiu ao tema, optando por centrar a sua intervenção na Europa. “Vivemos um tempo de alguma clausura ideológica em Portugal e na Europa”. E urgiu os eleitores “romper com isso através do voto”. No PS, frisou, porque não adiantava premiar o “sectarismo maximalista” do BE e PCP.