Putin ordena retirada de parte das tropas estacionadas junto à Ucrânia

Este é o segundo anúncio de Moscovo no mesmo sentido. Tal como na primeira vez, a NATO diz que não tem provas da saída de tropas russas.

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Imagens de satélite mostram concentração de tropas russas junto à fronteira com a Ucrânia Digital Globe/REUTERS

"Putin ordenou ao ministro da Defesa que retire as unidades das regiões de Rostov, Belgorod e Briansk que fizeram parte dos exercícios militares planeados", lê-se no comunicado do Kremlin.

Este é o segundo anúncio do Governo de Moscovo sobre retirada de tropas. Tal como na primeira vez, a liderança da NATO veio a público dizer que não tem nenhuma prova de que o contingente russo tenha sido aligeirado.

A Aliança Atlântica tem afirmado que a Rússia mantém cerca de 40.000 tropas junto à fronteira, preparadas para entrarem na Ucrânia se for essa a decisão do Presidente Vladimir Putin, mas Moscovo sempre negou qualquer intenção de invadir o território ucraniano após a anexação da península da Crimeia.

Para além do anúncio da retirada de tropas, Vladimir Putin está também a desenvolver esforços diplomáticos. Nesta segunda-feira falou ao telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, a quem manifestou a "esperança" de que as autoridades de Kiev iniciem um "diálogo continuado" com os representantes do Leste da Ucrânia.

A agência ITAR-TASS noticiou, entretanto, que Vladimir Putin vai encontrar-se na terça-feira com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em Xangai, para falar sobre a situação na Ucrânia, durante uma visita do Presidente russo à China.

No comunicado divulgado nesta segunda-feira pelo Kremlin, a Rússia volta também a exigir que o Governo interino da Ucrânia ponha fim às operações militares contra os separatistas que ocuparam vários edifícios no Leste do país, em Abril.

"A Rússia apela ao fim imediato da operação repressiva e à violência [na Ucrânia], à retirada de tropas e à resolução de todos os conflitos através de meios exclusivamente pacíficos", lê-se no comunicado.

O Governo russo apela, assim, ao fim da operação iniciada pelas autoridades de Kiev no Leste da Ucrânia, onde o movimento separatista já realizou um referendo.

As províncias de Lugansk e Donetsk declararam a independência, após o referendo, mas o apelo público feito pela autodenominada república popular de Donetsk para ser integrada na Rússia não teve resposta de Moscovo. O Governo russo disse mesmo que não recebeu qualquer pedido oficial.

O comunicado do Kremlin adianta também que o Presidente da Rússia congratula-se pelos primeiros contactos entre o Governo de Kiev "e os partidários da federalização" da Ucrânia.

Na semana passada teve lugar um primeiro encontro entre o Governo interino de Kiev e representantes das regiões do Leste, mas os separatistas não foram convidados e a reunião não produziu qualquer resultado — se houve alguma conclusão, ela foi resumida por um dos participantes, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniouk, que rejeitou a ideia do federalismo.

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