Conchita Wurst recebida em festa no aeroporto de Viena

No seu regresso à Áustria, após a vitória no Festival Eurovisão da Canção, a cantora “barbuda” foi felicitada pelo presidente Heinz Fischer e saudada por uma multidão de fãs, alguns com barbas pintadas na cara.

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Alguns traziam bandeiras da Áustria, outros bandeiras com o arco-íris da comunidade homossexual. A cantora posou para as câmaras de televisão, mostrando o troféu que trouxera da capital dinamarquesa.

O Presidente austríaco, o socialista Heinz Fischer, afirmou, numa declaração escrita, que o triunfo de Conchita Wurst “não é apenas uma vitória para a Áustria, é-o antes de mais para a diversidade e a tolerância na Europa”.

A generalidade dos partidos políticos austríacos seguiu o exemplo presidencial e também já saudou o triunfo da intérprete, e mesmo a extrema-direita do FPÖ [Partido da Liberdade Austríaco], que classificara como “ridícula” a representação do país na Eurovisão, teve agora de reconhecer que “é da ordem das coisas que as pessoas se regozijem quando há uma vitória”.

Nascida em 1988 com o nome Thomas Neuwirth, Conchita Wurst venceu a competição com uma balada clássica, no estilo das músicas dos filmes de James Bond dos anos 1960, Rise Like a Phoenix, que uma estação de rádio de Viena, a Radio 88,6, difundiu ininterruptamente durante quatro horas.

Thomas Neuwirth, que se refere a si próprio no feminino quando assume a personagem de Conchita Wurst (wurst é a palavra alemã para salsicha ou, mais genericamente, para enchido; mas em austríaco a expressão significa "não quero saber"), apresentou-se em palco com um visual de diva – vestido comprido, cabelos longos e maquilhagem pesada –, ao qual somou uma barba e bigode falsos.

A Áustria não vencia o Festival Eurovisão da Canção desde 1966, quando Udo Jürgens conquistou o primeiro lugar no Luxemburgo, com a canção Merci Cherie. Apesar do título francês, o tema era cantado em alemão. Tinha mesmo de o ser, já que nesse ano entrou em vigor a regra que obrigava os concorrentes a cantar na língua oficial do seu país. A alteração, que foi imposta pelos protestos de alguns países contra o facto de a Suécia ter apresentado, em 1965, uma canção interpretada em inglês, fará sorrir os que assistiram a esta última edição do festival, no qual constituíram excepção os temas que não foram cantados em inglês.

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