PSP investiga veracidade da lista de carros divulgada pelos Anonymous
Anonymous Portugal publicou no Facebook lista com mais de 300 veículos que serão usados pela PSP e GNR em operações de fiscalização
“Iremos antes de mais nada perceber se a lista é verídica ou não e se a sua proveniência pode constituir intrusão abusiva e violação de sistemas de segurança, o que, numa primeira análise, não nos parece, pois a data da lista, as matrículas divulgadas e os serviços identificados parecem-nos já com algum tempo”, explicou uma fonte oficial da Direcção Nacional da PSP.
O grupo Anonymous Portugal publicou sábado no Facebook uma lista com mais de 300 veículos descaracterizados e respectivas marcas, cores e matrículas, que os autores dizem ser usadas pela PSP e pela GNR em operações de fiscalização. Na mesma página, o grupo deixou esta mensagem: “Se eu uso uma máscara para me proteger deste regime, e sou criminoso, também eles têm que ser desmascarados por andarem à caça de multas”.
A PSP acredita que a lista em causa “seria facilmente acessível por vias normais, sem comprometer as redes de segurança, e através de uma aturada pesquisa em fontes abertas”, pois, segundo a polícia, “o seu domínio público é facilmente atingido sem `violar´ sistemas de segurança informativos”.
A Direcção Nacional da PSP acrescenta que, “sem desvalorizar o teor da lista agora apresentada”, garante que “a segurança dos portugueses não foi colocada em causa”. Por último, a polícia sublinha que a sua acção “assenta em pressupostos de descrição que não são colocados em causa com esta divulgação, pois a facilidade com que se altera viaturas de diferentes serviços, além de ser uma prática corrente, é facilmente operada no seio operacional da PSP”.
A divulgação da lista de viaturas alegadamente utilizadas pela PSP e pela GNR em operações de fiscalização de trânsito acontece cerca de uma semana após o mesmo grupo ter levado a cabo um ataque informático contra a página na internet da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).
O ataque informático à página da PGDL tornou acessíveis dados pessoais de mais de dois mil procuradores do Ministério Público, entre os quais nomes, números de telemóvel ou telefone fixo, e senhas de acesso à área reservada aos magistrados na página da PGDL.
Além disso, o mesmo grupo efectuou ainda uma alteração à página do SIMP – Sistema de Informação do Ministério Público –, onde colocou uma página dedicada ao 25 de Abril com a mensagem: “Isto é o princípio de uma exposição” e “isto é o descontentamento pela vossa inércia e cooperação com os marginais que têm levado Portugal a uma pobreza maior que hà 40 anos atrás”.
O ataque informático ocorreu a 25 de Abril e, desde aí, a página da internet da PGDL está inacessível.