No Barreiro não há ondas enormes, há ondas longas e McNamara andou por lá

Desta vez, o surfista havaiano não enfrentou uma parede de água de 30 metros, mas antes um tapete rolante com mais de 100 metros que se criou no Tejo.

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Daniel Rocha
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O surfista havaiano, que esteve cerca de duas horas dentro de água, admitiu que a experiência foi “espectacular”. “Esperar pelos barcos para poder apanhar as ondas é muito divertido”, sublinhou.

O surfista veterano, detentor do recorde de ter surfado a maior onda do mundo, de 30 metros, na Nazaré, explicou que a Gasoline é muito diferente, pois, apesar de ser notoriamente “mais pequena”, é “muito longa”, sendo este um dos grandes trunfos da onda do Barreiro, capaz de rolar ao longo de 150 metros em potencial máximo.

Garrett McNamara, depois de várias tentativas, nem sempre bem-sucedidas, para surfar a vaga do Tejo, realçou que apanhar ondas na Praia do Bico do Mexilhoeiro não é fácil e que se não tivesse o presidente da Associação Gasoline, Ricardo Carrajola, a dar-lhe “dicas de como se posicionar” teria “sérias dificuldades”.

Esta experiência permitiu a McNamara concretizar um sonho antigo – surfar uma onda que quebrasse no rio – e prometeu voltar ao Barreiro.

A iniciativa faz parte do projecto McNamara Surf Trip, apresentado nesta terça-feira no Barreiro, desenvolvido em parceria com o Turismo de Portugal e que vai levar o surfista havaiano a 21 praias portuguesas para produzir um documentário, dividido em 14 vídeos de três minutos, no qual o surfista divulga os seus spots favoritos de surf em Portugal. O público-alvo desta acção promocional do país serão os adeptos estrangeiros desta prática. O documentário, que obrigou a um investimento de 200 mil euros, será lançado no WCT PRO Portugal, que ocorrerá em Peniche entre 8 e 19 de Outubro.

Para João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, o surf é “uma aposta para continuar”, uma vez que Portugal “começa a ser conhecido como um dos destinos mais importantes do surf mundial”.

“O surf vai ser para Portugal uma âncora de comunicação e o número de pessoas que se juntaram aqui às 7h da manhã para assistir à iniciativa demonstra o interesse que a modalidade já desperta”, destacou Figueiredo.

Um segredo para partilhar
Ricardo Carrajola, presidente da Associação Gasoline, admitiu que descobrir que era possível surfar no Tejo foi fruto de “um trabalho de persistência” feito ao longo de dez anos, durante os quais estudou “as marés e as ondas”. De acordo com o surfista barreirense, a onda perfeita gera-se quando está “maré vazia”, é “hora de ponta” dos catamarãs e existe “pouco vento”. Para Carrajola, o principal objectivo da divulgação da Gasoline é “partilhar com toda gente o segredo do Tejo”. “Existem coisas que só fazem sentido quando são partilhadas”, salientou.

A prestação de Garrett McNamara foi, para o presidente da Associação Gasoline, “excelente”, sobretudo porque “foi a sua primeira experiência” no Tejo e o posicionamento indicado para surfar a onda gerada pelos barcos que fazem a travessia do rio é “bastante diferente do mar”.

Ricardo Carrajola espera que a visita de Garrett McNamara ao Barreiro traga uma “maior visibilidade” à sua associação e à escola de surf, inaugurada em 2013, que lhes permita encontrar “investidores para o projecto”, criado com fins sociais, para permitir às crianças e jovens mais desfavorecidas do concelho iniciar-se na modalidade.

Carlos Humberto, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, enalteceu a iniciativa de divulgar um dos “segredos mais bem guardados da cidade”, que irá possibilitar “um aumento do número de praticantes de surf no Tejo”, bem como “trazer mais pessoas e projectar o nome da cidade” a nível nacional e internacional.

Jorge Balau, proprietário de uma escola de kitesurf na Costa da Caparica, partilhou as ondas do Barreiro com McNamara. No final, admitiu que surfar no Barreiro com um dos maiores nomes do surf mundial o deixou “ansioso”, mas também lhe possibilitou uma “experiência inesquecível”, “uma história para guardar e, mais tarde, partilhar com os filhos, ainda pequenos, e os netos que um dia virão”.

Para além dos jornalistas, foram mais de cinco dezenas os populares, de idades diversas, que não quiseram deixar de assistir, apesar da hora, 7h, à iniciativa, que levou o surfista havaiano ao Barreiro.

João Ferreira, de 63 anos, admitiu que, inicialmente, não acreditou que fosse possível surfar no Tejo; agora essa descoberta enche-o de “orgulho”. Para o barreirense, o facto de as águas serem “cada vez mais limpas” e de nelas se poder “apanhar marisco” e ainda “fazer surf” vai levar “muitas pessoas à Praia do Bico do Mexilhoeiro”.

Tomás Carreira, de 13 anos, também não quis deixar fugir a oportunidade de ver o surfista havaiano em acção. O jovem admitiu que, apesar de já praticar há algum tempo surf no Barreiro, a próxima vez que pegar na prancha e entrar no rio vai ser “ainda mais espectacular” por saber que aquelas ondas, geradas num local aparentemente improvável, já conheceram a presença de McNamara, que é para si um “ídolo”.

Editado por Ana Fernandes

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