Pyongyang chama "prostituta" à Presidente da Coreia do Sul e "chulo" a Obama

Mesmo para os padrões norte-coreanos, o comunicado tem um tom invulgarmente agressivo e ofensivo.

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Obama e Park estiveram no sábado numa base militar de Seul Larry Downing/Reuters

Num tom invulgarmente agressivo e ofensivo - mesmo para os padrões norte-coreanos, escreveram os jornalistas que seguem a península coreana -, o comunicado do Comité norte-coreano para a Reunificação Pacífica da Coreia diz que a Coreia do Sul desenvolveu com os Estados Unidos uma relação de "cão e dono". "O comportamento de Park Geun-hye perante Obama é semelhante ao de uma rapariga má e imatura que pede aos bandidos que batam em quem ela não gosta", diz o comunicado, publicado pela agência noticiosa norte-coreana KCNA e traduzido pelo jornal britânico The Guardian"Ou é como uma prostituta esperta que tenta enganar alguém oferecendo o seu corpo a um chulo poderoso".

Obama, que se encontra em visita oficial por países da Ásia, esteve na sexta-feira e no sábado na Coreia do Sul. Ali, disse que o Norte é um "Estado pária" cujo isolamento aumentará se continuar a realizar testes nucleares - Pyongyang já fez três ensaios e há notícias em como estará a preparar um quarto.

O Comité para a Reunificação Pacífica da Coreia, que é, no Norte, a entidade responsável pelas relações com o Sul, citou as palavars de Obama, que classificou de "insultos intoleráveis" à sua liderança. "Se Obama e Park acreditam que estas ameaças e chantagens podem mudar a forma como pensamos, estão bem enganados", diz o comunicado.

"Park Geun-Hye continua a meter-se com a nossa dignidade, com o nosso sistema e com o nosso programa nuclear. Mostra bem as suas verdadeiras e deploráveis cores, as cores de uma servil traidora, uma suja mulher de conforto para os Estados Unidos e uma deplorável prostituta que está a vender a sua nação". Mulheres de conforto era como eram conhecidas as mulheres obrigadas a prostituirem-se nos bordéis de campanha do exército japonês durante a II Guerra Mundial; o tema é o motivo de uma guerra diplomática entre Seul e Tóquio. 

O Comité também dedica frases a Obama: "Se tivesse moral e ética, teria adiado ou cancelado esta viagem". "Mas a visita de Obama só reafirma a nossa convicção antiga de que a força, e não as palavras, são a única opção para lidar com o inimigo americano e reforça a nossa determinação em manter a nossa política de lutar numa guerra nuclear total".
 
Até ao momento, nem a Coreia do Sul nem os Estados Unidos reagiram nem à retórica belicista nem às frases usadas desta vez por Pyongyang.

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