Justiça chinesa julga pela primeira vez caso de divulgação de rumores na Internet
Governo chinês lançou campanha contra o lançamento de rumores online e este é o primeiro caso em julgamento.
Num dos rumores confessados, Qin Zhihui afirmou que o governo chinês pagou 200 milhões de yuans (23 milhões de euros) à família de um passageiro estrangeiro que morreu num acidente com um comboio de alta velocidade, em 2011. Segundo a Xinhua, o rumor foi replicado 12 mil vezes em duas horas e motivou comentários críticos à administração do país.
Qin Zhihui foi detido em Agosto do ano passado, enquanto trabalhava para uma empresa de marketing online, em Pequim. É a primeira pessoa a comparecer em tribunal por acusações de lançar rumores, desde que o Ministério da Segurança Pública iniciou a sua campanha contra este tipo de casos na Internet e deteve vários outros suspeitos.
Esta sexta-feira, em tribunal, a acusação defendeu que as acções de Qin “tiveram um impacto na sociedade e danificaram seriamente a ordem social”, exigindo que seja punido por difamação e por perturbar a paz social.
“Queria apenas que as pessoas vissem o que eu publicava [no Weibo] e fazer com que o discutissem”, confessou Qin, que considera que os seus actos devem “ser punidos por lei”. “Há liberdade de expressão na Internet. Eu passei a linha vermelha e danifiquei severamente a reputação de outros”, disse ainda, pedindo que as suas acções não tenham seguidores.
Se for condenado, arrisca uma pena de prisão de três anos e a privação dos seus direitos políticos. Segundo a legislação chinesa, uma pessoa pode ser acusada de difamação quando os rumores que publicar online forem vistos por mais de 5000 pessoas e replicados mais de 500 vezes.
Qin espera nos próximos dias o veredicto do tribunal.