OCDE reforça perspectivas de expansão da actividade económica em Portugal

Indicadores avançados da organização apontam para tendência positiva na zona euro.

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A confiança dos consumidores, medida pelo INE, voltou a melhorar em Março Nuno Ferreira Santos

Nos indicadores mensais que agora publicou, a OCDE tenta antecipar o comportamento da actividade económica dos países com seis a nove meses de avanço, procurando detectar os primeiros sinais de viragem nos ciclos económicos.

Em relação a Portugal, o indicador está pelo sexto mês consecutivo a crescer acima dos cem pontos, o que significa que a OCDE projecta uma expansão da economia. Em Fevereiro, a instituição liderada por Ángel Gurría subiu o indicador para 102,94 pontos, uma diferença de 0,54 pontos face a Janeiro.

Em alta desde o início do ano passado, o indicador passou em Setembro para o patamar dos cem pontos (a média de referência de longo prazo), continuando em alta desde aí.

Os indicadores da OCDE, que traduzem apenas informação qualitativa sobre a actividade económica dos países, tentam antecipar os ciclos económicos, acompanhando indicadores de conjuntura, a partir de informação estatística sobre a produção industrial, as encomendas na indústria, as exportações de bens, a variação dos preços ou as expectativas sobre a actividade económica, entre outros indicadores base.

Quando os valores estão acima de cem pontos e em sentido crescente, a OCDE projecta uma expansão da actividade económica; se o indicador está em sentido descendente, aponta para uma desaceleração; quando o indicador está abaixo dos cem pontos e sem sentido decrescente, as perspectivas são de contracção da actividade económica; já se o indicador registar valores inferiores a cem e estiver a crescer, é sinal de recuperação.

A curva ascendente do indicador agregado da OCDE para Portugal coincide com a trajectória de alguns indicadores económicos nacionais, numa altura em que se regista uma melhoria no clima económico medido pelo Instituto Nacional de Estatística e na confiança dos consumidores, que se mostram menos negativos sobre a evolução da economia, sobre o desemprego e a situação financeira das famílias.

O mesmo movimento é projectado para o conjunto da zona euro, onde a progressão no indicador foi igualmente ligeira, com uma subida de 101 pontos para 101,1 entre Janeiro e Fevereiro.

Se, nas duas maiores economias da moeda única, Alemanha e França, o indicador se mantém inalterado nos dois primeiros meses do ano, em Itália, a terceira potência da zona euro, houve uma aceleração da trajectória ascendente deste indicador. Na Alemanha, o valor manteve-se nos 100,8 pontos, em França estabilizou em 100,3 pontos, enquanto em Itália passou de 101,2 pontos para 101,4.

No conjunto dos países da OCDE, o indicador continua igualmente acima dos cem pontos, tendo estabilizado pelo terceiro mês consecutivo. De Dezembro a Fevereiro, a organização mantém o valor inalterado em 100,7 pontos, o mesmo valor que é projectado para o conjunto das sete maiores economias da OCDE (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá). No entanto, o comportamento divergente entre estes países colocou o indicador em sentido descendente, o que significa que a OCDE aponta agora para uma desaceleração da economia.

Esse movimento é projectado para os Estados Unidos (de 100,6 pontos para 100,5), Reino Unido (de 101,2 para 101,1) e Canadá (o único dos sete que desce do patamar dos cem pontos, para 99,9). Para a economia japonesa, o indicador mantém-se estável nos 101,2 pontos.

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