PS exige saber estado de funcionamento dos serviços de emergência médica
Álvaro Beleza diz que "parece que só quando morre alguém se detectam falhas"
Estas posições foram transmitidas em conferência de imprensa por Álvaro Beleza, membro do Secretariado Nacional do PS, depois de se saber que em Évora, na segunda-feira, terão morrido duas pessoas em consequência da VMER (viatura médica de emergência e reanimação) não estar em funcionamento.
Na perspectiva do membro da direcção do PS, em Portugal, “infelizmente, praticamente todas as semanas, há notícias de casos graves na saúde e parece que só quando morre alguém se detectam falhas”.
“Os cortes exagerados na saúde - sector em que se cortou o dobro do que era exigido pelo memorando da ‘troika’ (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) - estão a ter graves consequências”, apontou, exigindo, depois, neste contexto, que o Governo assuma responsabilidades políticas pela sua actuação nesta área.
De acordo com Álvaro Beleza, no plano político, sempre que ocorrem casos graves na saúde, o executivo pretende passar a responsabilidade para os hospitais, para os profissionais de saúde ou para o sistema de saúde.
“O ministro da Saúde [Paulo Macedo] faz sempre diagnósticos, mais parecendo um provedor e não o responsável máximo do sector, mas o Governo tem de assumir responsabilidades e tem de responder. O PS quer saber quantas unidades no INEM, particularmente viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER), estão agora a funcionar em Portugal”, referiu o membro do Secretariado Nacional do PS.
Para este dirigente socialista, é urgente saber o que se passa em Portugal com os serviços de emergência médica.
“As VMER têm de funcionar em Portugal 24 horas por dia. O país tem de estar coberto com serviços de emergência”, declarou, agora numa alusão ao alegado facto de a VMER de Évora apenas funcionar após as 16h00.
Álvaro Beleza acentuou depois que o INEM “é um serviço de altíssima qualidade em que os portugueses confiam”.
“Essa confiança nos serviços de emergência médica não pode ser minada”, declarou, antes de acusar o Governo de, em última instância, procurar privatizar os serviços de saúde em Portugal.
“Há também situações muito difíceis nas urgências, com a existência de sérios estrangulamentos, que resultam dos cortes cegos que foram feitos. Este Governo não fez uma única reforma para melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, sustentou.
Neste ponto, o membro da direcção do PS deixou um aviso ao Governo, colocando em contraste a evolução dos serviços públicos e privados de saúde: “Cada vez aumenta mais o peso dos serviços privados de saúde e os portugueses gastam duas vezes: Primeiro nos impostos, e depois são levados a gastar nos serviços privados”.
“Se isto não é de propósito, parece. O que está a acontecer é uma privatização encapotada do SNS - e isso o PS não deixará passar. Temos uma linha vermelha que não permitiremos que seja transposta”, advertiu.