A análise à acção comportamental do sector levou o BdP a abrir 56 processos de contra-ordenação (mais 22 que em 2012) relacionados com 23 bancos, quase o dobro dos 29 registados há três anos. De acordo com o Relatório de Supervisão Comportamental do BdP,  divulgado esta segunda-feira, o supervisor, em 2013, fechou 33 processos de infracções (abrangendo 18 bancos), 19 dos quais transitaram de 2012. As condenações resultaram na aplicação de coimas de cerca de 500 mil de euros.

O relatório do BdP indica ainda que, em Portugal, os clientes do Barclays foram os que mais reclamaram contra a instituição, nomeadamente, nas contas de depósito e no crédito ao consumo. Neste último segmento, o banco britânico foi alvo de 291 reclamações (a média é de 48)  por cada 100 mil contratos, ultrapassando assim os 259 do FCE Bank e os183 do Banque PSA Finance. Nas contas de depósitos, o Barclays recebeu 121 queixas por cada 100 mil contas (a média é de 21), no que foi seguido pelo Activobank (59) e pelo Deutsche Bank ( 52 queixas).

Já no crédito à habitação o luso-angolano BIC Portugal (que integrou o BPN) foi o que mais protestos gerou, com 345 reclamações em cada 100 mil contratos. Na segunda e terceiras posições aparecem o Barclays (287) e o Santander Totta ( 211).

Para além de um balanço da acção de fiscalização da actividade comercial das instituições financeiras supervisionadas pelo BdP, em matéria de depósitos, de crédito, serviços de pagamento, publicidade ou de divulgação de informação, o relatório chama a atenção para as alterações legais e regulamentares introduzidas em 2013.

De acordo com o documento, em média o BdP recebeu, de clientes bancários, 1493 queixas por mês, mais 15% do que em 2012, tendo 58,2% sido remetidas directamente para a instituição liderada por Carlos Costa (ultrapassando pela primeira vez as que são apresentadas através do Livro de Reclamações). Parte substancial entrou através do Portal do Cliente Bancário.

Apesar das 17.911 queixas entregues, 48% foram consideradas pelo supervisor sem indícios de infracção. E 52% das reclamações consideradas pelo BdP como lícitas foram resolvidas, seja por recomendação da instituição liderada por Carlos Costa ou por iniciativa da instituição de crédito em causa.