PS quer ouvir secretário de Estado da Administração Pública no Parlamento sobre pensões

Polémica sobre divulgação de informação sobre nova forma de cálculo para corte definitivo das pensões.

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Cortes determinados pelas Finanças não se aplicam aos novos contratos de 2011, diz o Governo Foto: Catarina Alves/Arquivo

"Exigimos que o secretário de Estado da Administração Pública venha à comissão de Orçamento e Finanças e Administração Pública esclarecer toda esta espiral de incerteza que o Governo criou (...) e lançou sobre a vida dos portugueses", disse o deputado socialista António Gameiro, assumindo Leite Martins como a "fonte oficial" do Ministério das Finanças que anunciou numa reunião com jornalistas o corte definitivo das pensões e que acabou desautorizando o primeiro-ministro, Passos Coelho, que disse, em Moçambique, que nada está decidido a esse respeito. O PÚBLICO e mais seis órgãos de comunicação social emitiram um esclarecimento, reafirmando o compromisso de sigilo com a fonte.

António Gameiro considerou, em declarações à Lusa, que é necessário que o Governo e a maioria PSD/CDS-PP falem "a uma só voz", já que ao longo desta semana houve várias declarações contraditórias sobre a eventualidade de mais cortes nos salários e pensões e sobre a possibilidade de alguns dos cortes provisórios passarem a definitivos.

O deputado socialista lembrou que, na segunda-feira, nas jornadas parlamentares do PSD em Viseu, o primeiro-ministro anunciou que haveria mais cortes nas pensões e salários, que poderiam ascender a 2500 milhões de euros, enquanto na terça-feira, o líder parlamentar social-democrata afirmou que, a haver cortes nas pensões e salários para 2014 e 2015, estes seriam "compensados".

António Gameiro sublinhou ainda que esta quarta-feira, uma fonte do Ministério das Finanças "reunida informalmente com jornalistas divulgou diversas modalidades de conversão dos cortes provisórios em definitivos e ainda anunciou que haveria mais cortes nos rendimentos dos portugueses para este ano e para o ano que vem". Referiu ainda que na quinta-feira o primeiro-ministro "enviou um recado ao próprio Governo", pedindo "calma e serenidade" por estarem a dar "notícias cruzadas e contraditórias".

"Os portugueses precisam que esta espiral de medo e de incerteza pare, que o Governo diga que cortes vai fazer e necessita de fazer, quais são os cortes provisórios que se tornam definitivos, que rendimento os portugueses podem esperar ter para o ano 2014 e para o ano 2015", concluiu.