Troika diz que Grécia tem condições para cumprir metas de 2014
Avaliação concluída em Atenas. Comissão Europeia, BCE e FMI consideram que, “apesar dos atrasos”, o Governo fez “progressos” nas reformas da administração pública.
O executivo de coligação liderado por Antonis Samaras antecipou-se às três instituições da troika a anunciar um entendimento, garantindo ainda na terça-feira que alcançara um acordo sem novas medidas de austeridade.
Em comunicado, a Comissão Europeia, o BCE e o FMI garantem que a trajectória orçamental está em linha com os objectivos traçados e consideram que a Grécia está fazer “progressos nas reformas estruturais para melhorar o potencial de crescimento e a flexibilidade da economia grega, e ajudar a criar um ambiente mais justo e propício ao investimento, ao crescimento e à criação de emprego”.
A troika diz que a coligação entre conservadores e socialistas está empenhada em “implementar uma grande maioria das reformas” identificadas pela OCDE em áreas como o processamento de alimentos, o turismo, os materiais de construção e o comércio.
“Apesar dos atrasos”, considera ainda a troika, o Governo conseguiu também “progressos” em relação às metas definidas para as reformas na administração pública – “reduzir o peso da burocracia e melhorar a qualidade dos serviços públicos”.
Em Atenas, trabalhadores saíram à rua em protesto, para contestar a estratégia de austeridade aplicada desde a entrada da troika, que passou, entre outras medidas, por cortes nos serviços públicos, aumento de impostos, cortes nas pensões, redução do número de funcionários públicos e pela exigência de privatizações. A manifestação em Atenas juntou trabalhadores do Estado no primeiro de dois dias de greve no sector público.
Quando, na terça-feira, o primeiro-ministro se referiu à missão da troika, disse que as negociações terminavam sem a aprovação de mais medidas de austeridade. E falava no fim de “um longo período de sofrimento”.
A convicção da troika de que os objectivos orçamentais serão cumpridos é feita tendo em conta “as medidas que estão a ser implementadas e as planeadas”. No ano passado, a Grécia conseguiu um excedente orçamental primário (sem juros) superior a 1500 milhões de euros. Embora note que a margem do excedente do ano passado é “substancial” como ponto de partida para os objectivos orçamentais de 2014, a missão externa avisa que é apenas uma “pequena parte” do esforço exigido para este ano.